São Paulo, 14 (AE) – Um dos homens mais poderosos do mundo dos games está de olhos e ouvidos abertos para o Brasil: Phil Spencer, chefe da divisão de Xbox na Microsoft, esteve em São Paulo para promover o Xbox One durante a Brasil Game Show (BGS).
Para o executivo, há algo na visita tão importante quanto dar sorrisos simpáticos ou ser enfático quando fala sobre como seu produto é superior à concorrência: conhecer os jogos brasileiros.
Como indústria, não podemos ter só alguns grandes jogos, e os games independentes ajudam-nos a criar um ambiente diverso, cheio de alma e diversão. A cultura é brasileira é cheia de coisas que o mundo adora e quero ver isso nos games, diz o executivo, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.
Desde quando assumiu a divisão de Xbox, em março de 2014, o norte-americano de 47 anos vive uma situação curiosa: por um lado, seu principal produto, o Xbox One, que chegou ao mercado em novembro de 2013, já vendeu cerca de 14 milhões de unidades, em um ritmo muito mais rápido que o antecessor Xbox 360, lançado em 2005. Por outro lado, a concorrência está bem à frente: mais de 25 milhões de PlayStation 4, da rival Sony, já foram vendidos no mundo.
Principal convidado da BGS, Spencer insistiu em falar sobre o assunto. Não quero definir o que faço por causa da concorrência. Só quero fazer do Xbox One um produto amado e lucrativo, diz o executivo. Apesar da disputa ferrenha com a Sony pelo mercado de games, o norte-americano não gosta do rótulo guerra dos consoles, acreditando que o setor deve premiar a criatividade, onde quer que ela esteja.
Na entrevista a seguir, o executivo fala mais sobre a concorrência com a Sony, lembra a importância da japonesa Nintendo, atualmente em crise devido às fracas vendas do Wii U, e comenta um pouco mais sobre os acessórios Kinect e HoloLens, ambos desenvolvidos também pela Microsoft.
Você disse que veio ao Brasil para ver os jogos brasileiros. Por que é importante ter games feitos aqui no Xbox One?
Quando eu era criança, eu jogava um game de Zelda ou Mario por meses. Quando eu o acabava, eu tinha outro jogo e isso criou um revezamento saudável. Agora, os jogos online absorvem cada vez mais tempo dos jogadores. A indústria não pode ter só alguns poucos jogos e acredito que os games independentes nos ajudam a criar um ambiente diverso, cheio de alma e diversão. A cultura brasileira é cheia de coisas que o mundo adora. Queremos que os desenvolvedores e os jogos brasileiros contem suas próprias histórias.
O Xbox e o PlayStation são grandes concorrentes, mas você já disse que não gosta do termo guerra de consoles. Por quê?
Os videogames são uma indústria criativa, que busca criar obras de arte. Devemos aplaudir quando algo único é criado. Ignorar um jogo só por causa do pedaço de plástico em que ele é executado é uma bobagem. Como parte do Xbox, é óbvio que quero que as melhores obras de arte estejam no Xbox. Apesar da diferença de unidades vendidas, não quero definir o que faço só por causa da concorrência.
Quando o Xbox One foi lançado, ele foi vendido como uma central de entretenimento. Quando você assumiu, a divisão retomou o foco nos games. Por quê?
O primeiro critério que um jogador usa para definir a compra são os jogos disponíveis e o quão bem esse console roda esses jogos. É preciso conquistar os corações e as mentes dos jogadores, e depois cuidar do resto. Os donos de Xbox One adoram usar o Skype e o YouTube, mas não é isso o que vende um console.
O sensor de gestos Kinect é um acessório poderoso para o Xbox One, mas muito pouco usado pela maioria dos jogos. Qual é o seu futuro? – BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 874