O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prestará homenagem às vítimas da última ditadura da Argentina (1976-1983), que deixou cerca de 30 mil desaparecidos, durante a visita ao país, que coincidira com o 40º aniversário do golpe de Estado que deu início ao regime militar.
O anúncio sobre a homenagem foi feito pelo diretor para América Latina do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Mark Feierstein, durante entrevista coletiva.
A visita do presidente coincide com o quadragésimo aniversário do golpe militar de 1976, por isso, Obama prestará homenagem às vítimas da guerra suja, assim como àqueles que defenderam os direitos humanos nesse período, afirmou Feierstein.
A guerra suja travada pelo regime militar argentino contra organizações armadas de oposição, partidos e sindicatos de esquerda deixou cerca de 30 mil desaparecidos, de acordo com estimativas de entidades de direitos humanos.
Obama chegará a Buenos Aires na noite de terça-feira, após visita oficial a Cuba. As atividades na capital argentina começam na quarta-feira, um dia antes do aniversário do golpe de Estado liderado pelo tenente-general Jorge Rafael Videla.
Algumas organizações de direitos humanos da Argentina tinham expressado seu mal-estar pela coincidência da visita de Obama com o aniversário do golpe militar.
O presidente americano reconhece que há uma história complicada na Argentina, mas acredita que é importante abordar diretamente o assunto. Para superá-lo, disse o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes, é preciso reconhecer o passado.
Será a primeira visita oficial de um líder americano à Argentina em 19 anos, desde a viagem de Bill Clinton ao país em 1997.
O primeiro compromisso de Obama será um encontro com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, na Casa Rosada. Os dois presidentes terão a oportunidade de conversar sobre muitos assuntos, incluindo economia, segurança, mudança climática, democracia e direitos humanos, disse Feierstein.
Esperamos poder fazer anúncios de acordos bilaterais e iniciativas nessas áreas durante a visita. Queremos contribuir com as prioridades do presidente Macri, no sentido de reduzir a pobreza, o crime e o narcotráfico, completou o assessor da Casa Branca.
Após a reunião, Obama visitará a Catedral Metropolitana de Buenos Aires. Depois, terá um encontro com jovens, com quem falará sobre a relação dos EUA com a Argentina e os demais países da América Latina, explicou Rhodes.
Ainda na noite de quarta-feira, Obama e sua esposa, Michelle, participarão de um jantar oferecido por Macri.
Obama viaja acompanhado da primeira-dama, de suas filhas, Malia e Sasha, e sua sogra, Maria Robinson. Todos irão a Bariloche e a Patagônia na quinta-feira para visitar um dos espetaculares locais culturais da Argentina, disse Rhodes.
Com a visita, Obama também quer encorajar a Argentina a desempenhar um papel mais destacado no plano internacional, em particular na luta contra a mudança climática e nas missões de paz, de acordo com Feierstein.
Não é nenhum segredo que, durante muitos anos, Argentina e Estados Unidos não tiveram relações particularmente fortes, afirmou o assessor, em referência ao governo de Cristina Kirchner (2007-2015), acrescentando que Obama está entusiasmado com a ideia de trabalhar com Macri. – EFE – I3D 6289