Países produtores de petróleo, membros e não membros da Opep, se reunirão no dia 17 de abril em Doha para avaliar a proposta de congelar a produção a fim de sustentar os preços do petróleo, prejudicados pelo excesso de oferta.
Essa reunião servirá de seguimento após o acordo sobre o congelamento da produção a seu nível de janeiro, fechado entre a Arábia Saudita e a Rússia – principais produtores de petróleo do mundo – durante uma reunião em Doha com a Venezuela e o Catar, indicou em um comunicado o ministro de Energia do Catar, Mohamed al Sada, presidente em exercício da Opep.
As cotações, que caíram no nível mais baixo desde 2003 no início desse ano, se recuperaram um pouco depois graças a esse acordo de Doha.
O Irã, membro da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), que voltou aos mercados após a suspensão das sanções internacionais, advertiu que não participará do congelamento da produção.
O ministro Al Sada afirmou que o acordo sobre o congelamento contou com a adesão dos maiores produtores de petróleo do mundo.
Até hoje, cerca de 15 produtores Opep e não Opep, que representam aproximadamente 73% da produção mundial de petróleo, apoiam essa iniciativa anunciada em fevereiro em Doha, comentou o ministro no comunicado.
Frear a queda do petróleo
O Irã – que volta gradualmente aos mercados após o acordo nuclear de julho de 2015 com as grandes potências – advertiu no domingo que espera alcançar uma produção de 4 milhões de barris diários (mbd), e que só contemplaria um congelamento de sua produção quando o nível fosse alcançado.
O acordo de fevereiro em Doha já mudou o sentimento no mercado petroleiro e deteve a queda das cotações, ressalta o comunicado do ministro, que acrescentou que a queda de preços levou a uma redução dos investimentos na indústria petroleira, o que impacta na produção mundial de petróleo.
O preço do petróleo caiu 47% em 2015 em relação ao ano anterior e mais de 70% em comparação a junho de 2014 – quando passava dos 100 dólares – chegando a ser cotado, no início do ano, abaixo dos 30 dólares.
A queda de preços se deve em grande parte à estratégia da Opep, e em particular da Arábia Saudita, de inundar o mercado para defender sua fatia de mercado contra os produtores de petróleo e gás de xisto dos Estados Unidos.
No entanto, essa estratégia provocou uma redução acentuada das receitas em países amplamente dependentes de suas exportações de hidrocarbonetos, como é o caso da Venezuela. – BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 6339