As forças afegãs expulsaram nesta sexta-feira os combatentes talibãs de Kunduz, anunciaram vários dirigentes, depois do ataque cometido pelos insurgentes para recuperar a capital da província do nordeste afegão, que conquistaram brevemente no outono (no hemisfério norte) passado.
Os combates ocorreram no interior desta aglomeração, assim como em seis distritos da província, informou o governador de Kunduz, Asadulah Omarjil.
Felizmente, os talibãs foram vencidos pelas forças afegãs, declarou, acrescentando que 30 insurgentes morreram e outros 20 ficaram feridos.
Os talibãs conseguiram controlar esta cidade estratégica durante vários dias no passado em outubro.
Foi sua maior vitória desde que foram expulsos do poder em 2001.
Na terça, os talibãs afegãos anunciaram o início de sua ofensiva de primavera, um sinal de que não têm a intenção de negociar com o governo de Cabul, cujas tropas sofrerão a segunda temporada de combates sem o apoio da Otan em terra.
Devido a um inverno suave e à postura agressiva da nova direção do movimento, os talibãs não fizeram nenhuma trégua invernal neste ano e os combates são particularmente ferozes em Helmand, uma província meridional controlada em boa parte pelos insurgentes e de onde a maioria do ópio afegão é proveniente.
A situação é dramática para o exército afegão, que precisa combater sozinho desde o fim da missão da Otan no fim de 2014.
Para a chamada Operação Omari, que leva o nome do mulá Omar – fundador do movimento talibã, cuja morte foi divulgada no ano passado -, os insurgentes anunciaram em um comunicado sua intenção de lançar ataques de grande envergadura contra posições inimigas em todo o país.
O ministério afegão da Defesa garante que as forças afegãs estão preparadas para enfrentar o inimigo.
Mas, na segunda-feira, 12 soldados morreram no leste do país em um atentado reivindicado pelos talibãs.
Os islamitas também têm como alvo os 13.000 soldados da Otan que ainda estão no Afeganistão, a quem querem desmoralizar e obrigar a sair do país.
A saída dos soldados estrangeiros é uma das principais exigências dos talibãs para voltar à mesa de negociações. No ano passado ocorreu uma primeira negociação direta com os talibãs no Paquistão, mas ela foi bruscamente interrompida após o anúncio da morte do mulá Omar.
Para tentar relançar as negociações, representantes de Afeganistão, Paquistão, China e Estados Unidos se reúnem periodicamente em Islamabad e Cabul desde janeiro, até agora sem resultados. E o anúncio desta nova ofensiva não prevê nenhuma vontade de diálogo.
Além dos talibãs, que têm como novo líder o mulá Akhtar Mansur, as forças afegãs também enfrentam o grupo Estado Islâmico (EI), formado em parte por facções dissidentes talibãs e implantado sobretudo no leste do país, na fronteira com o Paquistão.
No ano passado, 5.500 soldados e policiais afegãos morreram combatendo os diferentes grupos radicais, segundo a missão da Otan. – BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 8141