Um bebê de nove meses, vítima de uma queda, contribuiu com a sobrevida de uma criança no Rio Grande do Sul. Após ser detectada a sua morte encefálica, a família da criança autorizou a equipe do Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia, a realizar a captação dos rins.
Conforme explica o gerente da Central de Notificação, Captação e Distribuição de órgãos, Luciano Leão, geralmente os pacientes em fila de transplantes são adultos. “Mas eventualmente também precisamos de doações pediátricas, pois algumas crianças nascem com má-formações congênitas ou doenças genéticas, necessitando de transplante”, esclarece.
O gerente alerta para a importância de a população se conscientizar de que as doações não ocorrem somente na fase adulta. “Pela legislação brasileira, a doação pode acontecer a partir dos sete dias de vida, que é quando temos condições de testar o funcionamento dos pares cranianos, nervos principais do sistema nervoso central. É muito bom quando uma criança pode recuperar a sua condição de vida graças a um transplante”, conclui Leão.
Referência na doação de órgãos
O Hugol tem se tornado referência na doação e captação de órgãos e tecidos na região Centro-Oeste do país, afirma o enfermeiro Ademir Mazzuco, coordenador técnico da Central de Transplantes de Goiás. Desde a inauguração do hospital, em julho de 2015, até abril deste ano já ocorreram 15 doações de órgãos e tecidos, que podem ter auxiliado até 55 pessoas, em histórias que misturam a dor da perda para uma família e a alegria do recomeço para outras.
Para o coordenador da Central de Transplantes, parte desses resultados se deve à atuação de conscientização promovida pela equipe do hospital junto aos familiares dos pacientes. “É importante destacar os méritos dos profissionais da unidade que têm contribuído para que os processos de doação ocorram. Esse compartilhamento se traduz em melhorias expressivas para a população que necessita de um transplante”, explica Ademir.
O diretor-geral do Hugol, Hélio Ponciano, ressaltou o compromisso do hospital em salvar vidas por meio da parceria efetiva com a Central de Transplantes, que tem sido ampliada: “mesmo com equipamentos modernos, estrutura de grande porte e profissionais capacitados, alguns pacientes não conseguem se recuperar e fatalmente vão a óbito. É nessa hora que surge a segunda chance de salvar vidas: com a autorização das famílias dos pacientes desses casos irreversíveis, é possível captar órgãos e tecidos e transplantá-los em outras pessoas que esperam ansiosas por mais uma oportunidade de viver”. – BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 10822