A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta terça-feira, por meio de nota, que o juiz Sergio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato, perdeu a imparcialidade para julgá-lo.
No comunicado, os advogados de Lula voltaram a dizer que a denúncia apresentada na semana passada pelo Ministério Público, e aceita hoje por Moro, carece de provas.
Nem mesmo os defeitos formais da peça acusatória e a ausência de uma prova contra Lula, como amplamente reconhecido pela comunidade jurídica, impediu que o referido juiz levasse adiante o que há muito havia deixado claro que faria: impor a Lula um crime que jamais praticou, afirma um comunicado assinado pelos advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira.
Os juristas disseram também que a decisão de Moro de abrir um processo contra Lula não causa surpresa devido ao histórico de perseguição e violação às garantias fundamentais pelo juiz.
Além de Lula, Moro abriu processos contra outras sete pessoas: a esposa do ex-presidente, Marisa Leticia Lula da Silva; o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto; o ex-presidente da construtora OAS, Leo Pinheiro e outros quatro executivos dessa empresa.
Segundo o Ministério Público Federal, em troca de ser favorecida com três contratos para obras em refinarias da Petrobras, a OAS, já condenada por desvios na estatal, aceitou reformar e mobiliar um apartamento triplex no Guarujá, em São Paulo, que seria de Lula e sua esposa – o que ambos negam -, assim como pagar por cinco anos o depósito alugado pelo ex-presidente para guardar os presentes que recebeu durante seu governo.
Moro esclareceu que a aceitação da denúncia não significa que se está admitindo a responsabilidade criminal dos acusados, que tem que ser demonstrada pelo Ministério Público, e disse que precisa deixar isso claro porque a presença de Lula entre os acusados pode dar ao caso reações de toda espécie fora do processo. EFE
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