O Partido dos Trabalhadores decidiu não participar da campanha no segundo turno. Em reunião do diretório municipal, ocorrida no último sábado, os dirigentes petistas firmaram uma resolução excluindo a participação de militantes e lideranças petistas na campanha do segundo turno. O documento, fruto de consenso entre as várias forças que compõem o PT, determina que nenhum militante ou liderança do partido manifeste apoio em Iris Rezende (PMDB) ou a Vanderlan Cardoso (PSB). Pela resolução, fica proibida a participação em comícios, passeatas, carreatas ou gravações nos programas eleitorais de rádio e televisão.
“Para preservar a unidade partidária e defender o nosso projeto estratégico e a democracia, (o partido) determina aos seus dirigentes e filiados a não participarem de programas de TV, rádio e nem se manifestarem nos meios de comunicação impressos, assim como não participarem de atos públicos como: comícios, caminhadas e carreatas em apoio a qualquer uma das duas candidaturas colocadas”, registra.
Presidente do diretório municipal, o deputado estadual Luis Cesar Bueno explica a decisão: “O PT coloca para a sua militância e simpatizantes três situações que são o voto nulo ou a opção por um dos candidatos que estão na disputa (Iris Rezende ou Vanderlan Cardoso). O partido, no entanto, nega apoio a um destes candidatos, em função das circunstâncias atuais, onde parlamentares ligados a eles terem participado diretamente do processo golpista que levou ao impeachment da presidente Dilma Rousseff”, justifica.
Golpe
O documento faz uma análise sobre o momento político do Brasil. Os petistas denunciam o golpe “jurídico-parlamentar-midiático” contra a presidente Dilma Rousseff (PT-MG) e avaliam que diante deste cenário não é possível apoiar candidatos que têm o respaldo do senador Ronaldo Caiado (DEM) e do governador Marconi Perillo (PSDB). “Em Goiás, as diferentes forças conservadoras, representadas por Ronaldo Caiado e Marconi Perillo, se uniram na agenda do golpe e ajudaram a patrocinar esse atentado à democracia. Essas forças estão presentes nas duas candidaturas que disputam o 2º tuno da eleição municipal de Goiânia”, aponta.
Numa avaliação sobre a administração petista na capital, o diretório considera que, “apesar de grandes realizações e avanços em diversas áreas, a administração municipal do PT em Goiânia, liderada pelo prefeito Paulo Garcia, foi duramente atacada nesses últimos anos e durante todo o processo eleitoral”. Os dirigentes petistas denunciam que o partido e seus principais dirigentes, como a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, são alvo de “uma forte reação conservadora nacional e internacional que resultou em um golpe jurídico-parlamentar, sustentado por uma elite conservadora e uma perseguição implacável da mídia monopolizada e golpista”. Ainda segundo os petistas, “os avanços sociais e as políticas públicas adotadas nos últimos 14 anos vêm sendo destruídos de modo a reforçar o caráter golpista e conservador do governo Temer. Tal agenda é facilmente expressada nos projetos de Reforma do Ensino Médio, na entrega da Petrobras e do Pré-sal, na PEC 241, entre outros”, denuncia.
Finalizando, os dirigentes petistas elogiam a participação da delegada Adriana Accorsi no primeiro turno e pedem que os filiados façam a defesa do legado dos ex-presidentes Dilma e Lula: “É importante ressaltar e enaltecer a participação militante, aguerrida e compromissada da nossa candidata Adriana Accorsi, que enfrentou esse processo com respeito à militância, honrando a história do PT. Também é importante defender a história do PT e lutar contra a criminalização dos movimentos sociais, assim como defender o presidente Lula dos graves ataques que vem sofrendo de maneira mentirosa pela mesma mídia golpista brasileira”, conclui. – BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 19228