A China lançou nesta segunda-feira uma missão espacial com dois astronautas, em direção ao segundo laboratório orbital do país, como parte dos preparativos para o projeto de uma estação espacial tripulada, prevista para 2022.
Os dois astronautas, Jing Haipeng e Chen Dong, decolaram da base de Jiuquan, no deserto de Gobi (noroeste), a bordo da Shenzhou-11 (Nave divina-11), propulsada por um foguete Larga Marcha-2F.
Os dois devem chegar em 48 horas ao segundo laboratório espacial chinês Tiangong-2 (Palácio celeste-2), inaugurado no mês passado. Eles devem permanecer 30 dias no laboratório espacial antes de retornar para a Terra, um prazo recorde para astronautas chineses, de acordo com a agência estatal Xinhua.
Os dois taikonautas, como os chineses chamam seus astronautas, devem realizar experimentos nas áreas de medicina, biologia, física, assim como pesquisas sobre tempestades solares e testes para o reparo de equipamentos.
Jing Haipeng, comandante da missão, está em sua terceira viagem espacial e celebrará seu aniversário a bordo da estação.
– Potência espacial –
A conquista espacial, coordenada pelo Estado-Maior militar, é considerada na China um símbolo da força do país. Pequim investe bilhões de dólares nos programas espaciais para tentar chegar ao mesmo nível dos Estados Unidos, Europa e Rússia.
A China enviou o primeiro homem ao espaço em 2003. Dez anos depois, o país concluiu com sucesso a missão tripulada Shenzhou-10, após 15 dias de órbita ao redor da Terra.
A China almeja uma estação espacial tripulada em 2022, quando a Estação Espacial Internacional (ISS) não estará mais em funcionamento.
O presidente chinês Xi Jinping enviou uma mensagem de felicitações à tripulação da missão Shenzhou-11.
O texto afirma que a missão deve garantir que os passos dados pelos chineses na exploração espacial são os maiores e vão mais longe, contribuindo assim para fazer da China uma potência espacial.
O laboratório Tiangong-2, ao qual se acoplarão os astronautas, está em órbita a 393 km de altitude e possui dois conjuntos: uma cabine de experiências que também serve de habitáculo, além de um espaço de armazenamento com painéis solares, motores e baterias.
Durante a viagem, os dois taikonautas realizarão testes sobre a saúde e a falta de gravidade, devem plantar mostras de arroz, assim como coordenar pesquisas sobre o relógio atômico frio embarcado no mês passado a bordo do Palácio celeste-2, cujo sistema de resfriamento de átomos melhora consideravelmente a precisão, segundo o jornal China Daily.
Os taikonautas terão duas horas de tempo livre por dia, para assistir filmes, ouvir música e fazer vídeo-chamadas para a Terra.
Preparamos para eles mais de 100 tipos de alimentação e bebidas, afirmou ao jornal Wu Ping, vice-diretora do programa de voos tripulados. Os dois terão a sua disposição uma esteira de corrida e uma bicicleta ergométrica.
Além da estação espacial, Pequim sonha em enviar um homem à Lua. Em dezembro de 2013, a sonda chinesa Change-3 fez uma alunissagem e desembarcou na superfície lunar o veículo teleguiado batizado Coelho de jade.
A missão foi considerada um sucesso pelo governo, mas o veículo lunar passou por problemas que o deixaram em longas fases de coma.
Pequim também ambiciona lançar uma nave espacial ao redor de Marte até 2020, antes de enviar um veículo teleguiado ao planeta vermelho. – BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 19552