O Exército do Paquistão rejeitou ter sofrido baixas na fronteira de fato com a Índia e qualificou como absolutamente falsa a versão das forças armadas indianas de que havia matado nesta sexta-feira sete soldados paquistaneses, em meio a uma crescente crise diplomática entre ambos países.
As declarações indianas sobre o alcance ou morte de soldados ou rangers paquistaneses em tiroteios a qualquer hora de hoje na LoC ou fronteira provisória são totalmente falsas, disse em sua conta no Twitter o diretor do serviço de comunicação do Exército (ISPR, em inglês), general Asim Bajwa.
Segundo o comando militar, as forças de segurança indianas abriram fogo na fronteira de forma unilateral e o corpo de elite paquistanesa dos Rangers respondeu adequadamente sem que ocorressem baixas entre suas fileiras.
As Forças de Segurança de Fronteiras da Índia (BSF, inglês) afirmaram, por sua vez, ter matado sete rangers, depois que estes perpetraram um ataque com franco-atiradores desde o outro lado da fronteira, no qual ficou gravemente ferido um militar indiano na disputada região da Caxemira.
Segundo o porta-voz desse corpo, Shubhendu Bhardwaj, as tropas indianas responderam à ação com uma ofensiva agressiva durante a que foram mortos os militares do país vizinho, além de um insurgente.
A troca de disparos na fronteira provisória entre a Índia e Paquistão em território caxemiriano são relativamente comuns, mas nos últimos dias se intensificaram em meio a uma piora das relações bilaterais e um cruzamento de acusações que estenderam já aos fóruns internacionais.
A tensão entre a Índia e Paquistão está no mais alto nível depois que um grupo insurgente paquistanês perpetrou um ataque que causou a morte de 19 soldados em solo indiano no mês passado, o que levou à Índia a lançar um ataque contra supostos corredores de terroristas na fronteira.
Além de responder militarmente com ataques cirúrgicos, Nova Délhi lançou uma campanha diplomática contra o país vizinho com a intenção de isolá-lo internacionalmente.
Ambos países disputam a região da Caxemira desde a partilha do subcontinente com a retirada do Império Britânico, em 1947, e livraram por ela duas guerras e vários conflitos menores.
Até agora foi registrada a pior onda de violência desde 2010 na Caxemira indiana, durante a qual morreram mais de 70 pessoas em enfrentamentos com as forças de segurança e milhares ficaram feridas. – BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 19700