Em nota divulgada na manhã desta sexta-feira, 8, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou o que chamou de vazamento seletivo de dados protegidos por sigilos legal e fiscal da investigação envolvendo seu nome. No texto divulgado por sua assessoria de imprensa, Cunha também atacou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, por não ter solicitado a apuração dos vazamentos relacionados ao seu caso.
Lamenta também a atitude seletiva do ministro da Justiça, que nunca, em nenhum dos vazamentos ocorridos contra o presidente da Câmara – e são quase que diários -, solicitou qualquer inquérito para apuração. No entanto, bastou citarem algum integrante do governo para ele, agindo partidariamente, solicitar apuração imediata, diz a mensagem, se referindo à determinação de Cardozo para que haja investigação da divulgação de mensagens do empresário Leo Pinheiro, da OAS, que envolvem os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social).
O peemedebista repetiu que jamais recebeu qualquer vantagem indevida e desafiou que provem as supostas vantagens noticiadas. Ao contrário do que foi criminosamente divulgado, sua variação patrimonial entre os anos de 2011 e 2014 apresenta uma perda R$ 185 mil, devidamente registrada nas declarações de renda, completou.
Cunha voltou a afirmar que considera as investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR) seletivas. É de se estranhar que nenhuma autoridade citada no tal relatório de ligações do sr. Leo Pinheiro tenha merecido a atenção relativa ao caso, já que tal relatório faz parte de duas ações cautelares movidas contra Eduardo Cunha – incluindo um pedido de afastamento – e contra membros do governo não existe nem pedido de abertura de inquérito, mesmo sendo sabido que o PGR recebeu esses dados de membros do governo em 19 de agosto de 2015, e não tomou qualquer atitude, destacou.
Ainda na linha de ataque à PGR, Cunha diz na nota estranhar que, entre as justificativas do pedido de afastamento do cargo feito ao Supremo Tribunal Federal (STF), conste a acusação de que um deputado teria agido a mando do presidente por pedir a quebra dos sigilos de familiares do réu Alberto Youssef, sendo inclusive classificado como pau mandado. A PGR vê ameaça no pedido de quebra de sigilo de familiares de um réu confesso e reincidente, cumprindo pena, mas, ao mesmo tempo, pede a quebra dos sigilos de Eduardo Cunha e de sua família, mesmo ele não sendo réu.
Sobre a quebra dos sigilos fiscal e bancário dele, de sua esposa Cláudia Cruz e sua filha Danielle Dytz, Cunha afirma que a notícia é velha e que o resultado da medida foi juntado em 23 de outubro do ano passado. De qualquer forma, o presidente destaca que não vê qualquer problema com a quebra de sigilos, e sempre estará à disposição da Justiça para prestar quaisquer explicações. – BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 409