Os legisladores do partido Republicano apresentaram formalmente nesta quarta-feira (10) um projeto de lei de reforma migratória que garante recursos para a construção de um muro na fronteira com o México, mas afasta da deportação a centenas de milhares de imigrantes jovens.
O projeto de lei foi apresentado pouco depois de o próprio presidente Trump afirmar à imprensa na Casa Branca que qualquer legislação que proteja esses imigrantes que chegaram ao país na infância deveria incluir fundos para o controverso muro.
Qualquer solução deve incluir o muro, porque sem o muro nada funcionará, disse o presidente, para acrescentar que o país precisa dessa barreira física por uma questão de segurança.
O nó da questão está no programa Ação Diferida para os Chegados na Infância (Daca, em inglês), que beneficia cerca de 680.000 jovens que entraram irregularmente no país trazidos por seus pais.
Trump anunciou em setembro passado no fim desse programa, mas determinou um prazo de seis meses para que o Congresso tente encontrar uma saída.
Na terça-feira, Trump recebeu na Casa Branca legisladores dos partidos políticos e os pressionou para que cheguem a um acordo sobre uma legislação migratória que resolva o limbo jurídico dos beneficiários do Daca, mas que também contemple o muro.
O legislador Bob Goodlatte, titular da comissão de Assuntos Jurídicos da Câmara de Representantes e responsável principal pelo projeto de lei disse nesta quarta-feira que tinha apoio da Casa Branca.
O presidente indicou que nosso projeto de lei é o ponto de partida para corrigir as falhas em nosso sistema migratório, disse Goodlatte à imprensa.
De acordo com o legislador, o projeto de lei garante recursos para construir o muro e dá segurança a nossa fronteira sul. Também aumenta a equipe, limita a capacidade de imigrantes legais de trazer familiares e coloca um ponto final ao sorteio de vistos permanentes.
O texto, entretanto, inclui ideias fundamentais ao movimento conservador americano, como o fim das chamadas cidades santuário (que não cooperam com as autoridades migratórias) e fecha as portas a um caminho dos imigrantes legais a adquirir a cidadania americana.
Mesmo se este projeto de lei for aprovado na Câmara de Representantes, terá um caminho difícil no Senado, onde os Republicanos precisariam dos votos de pelo menos nove legisladores do partido Democrata.
O líder Democrata no Senado, Chuck Schumer, já manifestou apoio à ideia de um grupo bipartidário que elabore um acordo sobre a questão migratória.
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