Os dirigentes da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) se reunirão neste domingo e segunda-feira em Ramallah para preparar uma resposta ao presidente Donald Trump depois que ele reconheceu Jerusalém como capital de Israel.
A suspensão do histórico reconhecimento de Israel como Estado, que remonta a 1988, é uma das opções propostas a examinar por parte do Conselho Central Palestino, um dos órgãos da OLP, entidade que representa os Territórios Palestinos e a diáspora, segundo os delegados.
Se concretiza essa suspensão, será questionado um dos princípios fundadores dos já debilitados esforços de paz entre israelenses e palestinos, e os acordos de Oslo.
No entanto, reina o ceticismo ante a possibilidade de que os líderes palestinos cheguem até o final de uma lógica com implicações difíceis de prever. Seja qual for a conclusão dos mais de 120 membros do Conselho Central, a decisão recairá finalmente nas mão do presidente, Mahmud Abbas.
O conselho aprovou em 2015 o fim da cooperação em termos de segurança, aspecto-chave das relações com Israel, mas o voto acabou sendo letra morta.
A possibilidade de uma resposta contundente daria um sinal claro da indignação provocada por Washington quando, em 6 de dezembro, o presidente Donald Trump, anunciou que reconhecia Jerusalém como a capital de Israel.
Esta ruptura unilateral com o trabalho diplomático realizado durante décadas por parte de Estados Unidos e a comunidade internacional, interpretada como uma negação das demandas palestinas sobre Jerusalém Oriental, anexada e ocupada, desatou uma onda de violência que deixou 16 palestinos mortos.
A decisão de Trump fez com que os dirigentes palestinos congelassem os contatos com seu governo.
Para os dirigentes palestinos, os Estados Unidos ficaram se condições de ser intermediário das discussões de paz.
Uma comissão criada para formular respostas ao anúncio de Trump vai recomendar à OLP que volte a definir a relação palestina com Israel, e uma das opções é a suspensão do reconhecimento de Israel.
As cartas de reconhecimento mútuo entre a OLP e Israel, que formalizaram uma decisão de 1988 do lado palestino, antecederam em 1993 os Acordos de Oslo, que supostamente conduziriam à paz, que, passados 25 anos, não foi alcançada.
Os acordos criavam uma Autoridade Palestina com um poder limitado na Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Isso foi considerado amplamente como uma pré-configuração da criação de um Estado palestino independente depois das negociações que hoje estão estancadas.
As reuniões desse fim de semana incluem uma revisão da situação desde Oslo e acontecem em meio a muitas divisões internas. – BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 47162