SÃO PAULO. Apesar do recuo de 1,5% em dezembro frente a novembro, as vendas no varejo brasileiro fecharam 2017 com alta de 2%, primeiro resultado positivo desde 2014, quando foi registrado avanço de 2,2%. Em 2015 e 2016, as vendas caíram, respectivamente, -4,3% e -6,2%, de acordo com dados divulgados na sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com expansão de 9,5% frente a 2016, o setor de móveis e eletrodomésticos foi o que mais contribuiu no balanço anual positivo.
Segundo a gerente da pesquisa do IBGE, Isabella Nunes, móveis e eletrodomésticos recuperaram perdas do passado. “Tinha uma demanda reprimida nesse setor. Depois de dois anos de queda, ele se recuperou com a redução da taxa de juros e com a própria melhora do mercado de trabalho e da massa de rendimento”, justificou.
Isabella também atribuiu o resultado positivo à recuperação do setor de supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que cresceu 1,4% no ano passado. “O bom resultado nessa categoria foi influenciado principalmente pela redução sistemática dos preços e a recomposição da massa de rendimentos”, explicou. Também contribuíram tecidos e vestuário (+ 7,6%), artigos farmacêuticos (+2,5%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (+ 2,1%).
O desempenho anual, porém, foi afetado por quedas em combustíveis e lubrificantes (-3,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (-4,2%) e equipamentos para escritório, informática e comunicação (-3,1%).
Apesar do avanço registrado no ano passado, Isabella afirma que ainda é cedo para falar em recuperação total do setor de varejo. “O ano passado rompeu um período de dois anos de queda nas vendas, mas ainda está longe de recuperar a perda de 10,2% acumulada nesse período”, ponderou a gerente do IBGE.
No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos e de material de construção, as vendas registram expansão de 4% em 2017 – o acumulado em 12 meses mais elevado desde fevereiro de 2014, de acordo com o instituto.
Calote do consumidor sobe 2,1%
BRASÍLIA. O índice de inadimplência do consumidor no país iniciou 2018 em alta, apesar dos sinais de retomada da economia, mostra levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O volume de brasileiros com contas em atraso e com restrições no CPF subiu 2,1% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2017. Conforme a pesquisa, o resultado é o mais elevado desde junho de 2016. Naquela ocasião, o indicador subiu 2,78%. Em relação a dezembro de 2017, sem ajuste, houve aumento de 0,96% na quantidade de devedores – o maior crescimento desde maio de 2017.O resultado é o mais elevado desde junho de 2016.
Queda de 1,5% em dezembro
São Paulo. A queda de 1,5% em dezembro ante novembro foi a maior desde janeiro de 2016, quando as vendas caíram 1,9%, segundo IBGE. Conforme o instituto, as quedas nas vendas ocorreram nos setores de outros artigos de uso pessoal e doméstico (-6,3%), livros, jornais e papelaria (-4,0%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3,0%), móveis e eletrodomésticos (-2,7%); combustíveis e lubrificantes (-1,0%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,9%).
Houve alta em artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,2%) e tecidos, vestuário e calçados (0,5%).
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