A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, afirmou que há uma imperiosa necessidade de se superar o quadro de violência vivido atualmente pela sociedade brasileira. A ministra falou da missão do Judiciário para a superação da violência na manhã desta quarta-feira (14) durante o lançamento da Campanha da Fraternidade 2018 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cujo tema é Fraternidade e Superação da Violência.
Para a ministra, a situação exige solidariedade, fraternidade e a capacidade de amar e perdoar. Cármen disse que a missão do Poder Judiciário é a aplicação do direito para buscar a solução de conflitos de todas as formas contra todas as pessoas, acentuando que umas sofrem mais que outras.
Cármen Lúcia se pronunciou após o secretário executivo da Comissão Brasileira de Justiça de Paz da CNBB, Carlos Moura, destacar que a comunidade negra é a maior vítima de violência do Brasil. Há necessidade de encararmos, todos nós, emanados na perspectiva de superação do preconceito, da discriminação, que vitimiza essa comunidade, disse.
A presidente do STF ainda afirmou que o Poder Judiciário tem atuado de forma digna e de forma correta para tentar superar esses problemas de forma democrática.
No lançamento da campanha também falaram o presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, o secretário-geral da conferência dos bispos, dom Leonardo Steiner, e o deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ), coordenador da Frente de Prevenção à Violência e Redução dos Homicídios na Câmara dos Deputados.
Durante os discursos, foram citados os números de violência do Brasil e os recentes episódios que marcaram o carnaval, vivenciados principalmente no Rio de Janeiro.
Desconfiança
Em sua fala, Cármen também destacou que a desconfiança que marca o quadro de violência pode tomar conta de forma perigosa uma sociedade com marcos civilizatórios de pacificação. Essa pacificação que o Poder Judiciário procura permanentemente, afirmou.
Cármen também destacou a necessidade da sociedade voltar a amar e crer no outro como aliado, e não como inimigo. Eu fico me perguntando em que sociedade sonhamos quando a desconfiança e a violência contra o outro é o que se prega, e o que pelo menos se põe como a semente que pode florescer fazendo do outro não seu irmão, mas alguém que é preciso combater, refletiu a ministra.
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