Terminou no início da madrugada desta segunda-feira (19) o motim na Penitenciária Milton Dias Moreira, em Japeri, na Baixada Fluminense. A rebelião, iniciada no fim da tarde do domingo (18), deixou pelo menos três presos feridos. Ao todo, 18 pessoas ficaram sob o domínio dos detentos – oito agentes penitenciários e dez internos. Um revólver, duas pistolas, uma granada de efeito moral e uma lanterna foram apreendidos.
Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), os feridos foram atendidos por ambulâncias da Defesa Civil e não correm risco de vida. Durante o motim, as negociações foram conduzidas por profissionais especializados da Superintendência de Segurança da Seap.
O Grupamento de Intervenção Tática da Seap, o Batalhão de Choque e diversas unidades da Polícia Militar (PM) também aturaram no caso. O motim aconteceu dois dias após a decretação da intervenção federal na área de segurança pública do Estado do Rio.
Antes da rebelião, a Seap informou que medidas de controle das penitenciárias foram antecipadas por causa da intervenção federal. Conforme a secretaria, o motim começou logo após inspetores frustrarem uma tentativa de fuga de internos na penitenciária.
Reforço
Diante de um cenário de instabilidade na segurança do Rio, uma série de medidas especiais estão sendo tomadas nas penitenciárias. Algumas delas, que já estavam sendo planejadas, foram antecipadas após o anúncio de intervenção federal na segurança pública do Estado, na última sexta-feira, 18. Apesar das mudanças, o sindicato dos servidores dos presídios negou que exista uma tensão maior nos sistema carcerário do Estado.
Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que a “intervenção abrange todos os setores da segurança pública e, dessa forma, coube ao Secretário antecipar algumas medidas de controle, na intenção de evitar qualquer reação da população carcerária”.
David Anthony Gonçalves Alves assumiu a Seap no dia 24 de janeiro. Desde então, mudanças na gestão dos presídios estavam em andamento, informou sua assessoria de imprensa. Ele afirma que aceitou o cargo para reorganizá-lo, “visando um novo modelo de gestão, promovendo maior integração com a Secretaria de Segurança Pública”, afirmou.
De acordo com Gutembergue Oliveira, presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penal do Rio de Janeiro (Sindsistema Penal RJ), as mudanças que estão sendo implantadas são apenas “um critério de administração”. “É uma nova gestão (na Seap), foram substituídos o secretário de gestão operacional e todos os coordenadores. Cada um tem um método de operacionalizar o sistema, e eles estão fazendo conforme as diretrizes deles”, declarou Gutembergue.
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