A guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN), cujos diálogos de paz com o governo da Colômbia estão congelados, anunciou um cessar-fogo de suas atividades armadas durante as eleições legislativas, que serão realizadas em 11 de março.
O Exército de Libertação Nacional (ELN) realizará um cessar das operações militares ofensiva, entre os dias 9 e 13 de março próximos, indicou o grupo rebelde em um comunicado datado de domingo, dia 25 de fevereiro, mas divulgado nesta segunda-feira.
A última guerrilha da Colômbia também defendeu a retomada dos diálogos de paz com o governo de Juan Manuel Santos, congelados no final de janeiro pelo presidente depois de uma ofensiva rebelde contra delegacias de polícias que deixou oito agentes mortos e dezenas de feridos.
A agenda deve continuar se desenvolvendo com rigor e rapidez (…) para buscar um acordo que supere os confrontos armados e acerte transformações na busca de uma Colômbia em paz e igualdade, acrescentou.
Santos suspendeu as conversações, instaladas em Quito há um ano, depois de um ataque guerrilheiro iniciado horas depois que finalizou a primeira trégua bilateral com essa guerrilha em meio século de conflito.
Esse é o tipo de gesto que nós estávamos pedindo, afirmou o chefe de Estado à emissora LaFM.
Santos assegurou também que vai estudar o comunicado e que depois tomará uma decisão.
Ambas as partes se mostraram dispostas a acertar um novo cessar-fogo e retomar os diálogos, no entanto a delegação governamental permanece na Colômbia.
Propomos ao presidente Santos fixar uma data de início do Quinto Ciclo de conversações para que envie sua Delegação de Diálogo a Quito, assinalou o ELN no texto.
O presidente colombiano, Prêmio Nobel da Paz 2016 por seus esforços para finalizar o confronto armado em seu país, busca alcançar com o ELN um acordo similar ao assinado no final de 2016 com as Farc, já desarmadas e transformadas em partido político.
Depois do histórico pacto, as ex-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) participarão nas eleições legislativas de março e nas presidenciais de maio, nas quais os colombianos elegerão o sucessor de Santos.
Os ex-guerrilheiros têm garantidos 10 cadeiras no Congresso, apesar de terem de participar igualmente na votação, segundo o combinado depois de quatro anos de negociações em Havana.
Santos, que em agosto conclui seu segundo mandato de quatro anos, está impedido por lei de se candidatar a outro período presidencial.
A Colômbia quer por fim a um conflito armado que em meio século deixou cerca de oito milhões de vítimas entre mortos, desaparecidos e deslocados.
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