Os líderes europeus pediram nesta quinta-feira (22) às empresas digitais para que garantam uma proteção total da vida privada dos cidadãos, em pleno escândalo sobre o uso de dados de milhões de usuários do Facebook.
As redes sociais e as plataformas digitiais devem garantir práticas transparentes e uma proteção total da vida privada e dos dados pessoais dos cidadãos, assinalaram os 28 em uma declaração comum no primeiro dia de uma cúpula em Bruxelas.
As legislações europeia e nacional devem ser respeitadas, acrescentaram os líderes do bloco comunitário.
O Facebook está no meio de uma polêmica depois de ter sido revelado que uma empresa britânica, a Cambridge Analytica, usou os dados particulares de 50 milhões de usuários da popular rede social – sem a autorização destes – para fins eleitorais.
O presidente do Parlamento europeu, Antonio Tajani, convidou o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, a se explicar ante os eurodeputados, que querem realizar uma investigação sobre esta violação inaceitável dos direitos à confidencialidade de dados.
Queremos saber se durante as eleições americanas e durante o referente sobre o Brexit foram usados dados para influenciar na posição dos cidadãos, disse Tajani nesta quinta-feira em Bruxelas.
As autoridades encarregadas da proteção de dados nos países da UE ofereceram seu apoio nesta investigação aberta pelo regulador britânico sobre os dados da Cambridge Analytica.
A comissária europeia de Justiça, Vera Jourova, assinalou que o uso abusivo desses dados pessoais constitui uma ameaça contra a democracia.
Isso coloca em dúvida a liberdade das decisões eleitorais, declarou ante a imprensa em seu retorno de uma viagem aos Estados Unidos.
No dia anterior havia advertido que um escândalo similar ao protagonizado pelo Facebook poderia custar muito caro a partir de maio, quando entrará em vigor um novo regulamento europeu de proteção de dados pessoais.
Quebrando o silêncio que mantinha desde o início da crise, a pior vivida pela jovem empresa, Zuckerberg se desculpou pelos erros cometidos por meio de um comunicado na quarta-feira.
Tratou-se de um abuso de confiança muito importante e estou penalizado, declarou à emissora CNN, acrescentando que estaria disposto a prestar depoimento ante o Congresso americano.
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