Os dois agentes da Polícia americana que em 2016 mataram a tiros um homem negro não serão denunciados do ato, anunciou nesta terça-feira (27) o promotor-geral da Luisiana, estado onde ocorreu o incidente.
Em 5 de julho de 2016, Alton Sterling, de 37 anos, foi assassinado a tiros Baton Rouge, Luisiana, em uma polêmica com os agentes de Polícia Blane Salamoni e Howie Lake do lado de fora de uma loja onde havia estado vendendo CDs.
Os disparos contra Sterling, captados em um vídeo feito com um celular, foram parte de uma série de assassinatos policiais de homens negros que desencadearam protestos liderados pelo movimento Black Lives Matter.
O promotor-geral da Luisiana, Jeff Landry, disse em coletiva de imprensa nesta terça que, após uma investigação, havia sido decidido que não tomariam medidas legais contra Lake e Salamoni.
Nossa investigação concluiu que os oficiais Lake e Salamoni tentaram fazer uma prisão legal, declarou Landry, acrescentando que a decisão de não apresentar acusações não foi rapidamente tomada.
Assegurou que Sterling estava armado, sob a influência de drogas ilegais e que havia resistido à prisão.
Durante todo o encontro, os oficiais tentaram várias técnicas não letais para obter o cumprimento e o controle das mãos do senhor Sterling, assinalou.
O promotor também acrescentou que a preocupação por parte dos oficiais de que estava armado e era perigoso foi posteriormente verificada e correta.
De acordo com o relatório do Departamento de Justiça da Luisiana sobre o tiroteio, uma pistola calibre 38 carregada foi encontrada no bolso da frente do lado direito na calça de Sterling.
Sua tia, Sandra Sterling, condenou a decisão da Promotoria. Devolvem um assassino às ruas, disse.
Há quase um ano, o Departamento de Justiça também se negou a apresentar acusações contra os oficiais pela morte de Sterling.
Durante uma investigação de 10 meses, agentes e procuradores do FBI revisaram imagens do incidente capturado por câmeras corporais, celulares e câmeras de vigilância da loja, assim como depoimentos e outras provas.
O Departamento de Justiça disse que não encontrou evidências suficientes para respaldar acusações penais federais contra qualquer um dos oficiais.
Segundo os investigadores, Salamoni disparou contra Sterling três vezes no peito e depois nas costas, em um encontro que durou menos de 90 segundos.
A morte aconteceu em meio a uma série de tiroteios contra homens afro-americanos por parte de agentes da Polícia que causaram comoção no país, alimentando protestos maciços e um ferrenho debate sobre raça e justiça penal.
– BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 57939