A comunidade internacional prometeu, nesta sexta-feira (6), cerca de 10 bilhões de dólares em doações e empréstimos para reativar a economia do Líbano e reforçar a estabilidade do país, ameaçado por crises regionais.
Estes fundos, destinados a financiar projetos de investimento nos próximos cinco anos, foram oferecidos por Estados e organizações durante uma conferência internacional dedicada ao Líbano em Paris.
O Banco Mundial prometeu mais de 4 bilhões de dólares nos próximos cinco anos para promover um crescimento inclusivo e empregos no Líbano, anunciou no Twitter a diretora-geral da instituição, Kristalina Georgieva.
A Arábia Saudita se comprometeu a renovar uma linha de crédito de 1 bilhão de dólares, em um sinal de seu compromisso com o Líbano, apesar de suas preocupações recorrentes sobre a influência crescente do Irã neste país.
Esta linha já existia, mas não tinha sido utilizada (…). É dinheiro que está disponível para financiar projetos de investimento, explicou Mounla.
Acredita-se que Riade pressionou Hariri para renunciar em novembro de 2017, devido à crescente influência do Hezzbollah e, através dele, do Irã sobre o Líbano. Hariri acabou voltando a Beirute e retirando sua renúncia, por meio de uma mediação de Paris.
Do lado europeu, foram realizados também uma série de anúncios, começando pela França, que prometeu oferecer ao Líbano 400 milhões de euros em empréstimos e 150 milhões de euros em doações para financiar projetos de infraestrutura.
A União Europeia contribuirá com 150 milhões de euros, a Holanda, com 300 milhões, o Reino Unido, com 130 milhões, e a Itália, com 120 milhões, segundo o embaixador da França no Líbano, Bruno Foucher.
Foucher também anunciou promessas de fundos por parte do Banco Europeu de Investimento (BEI), o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (Berd), entre outros.
Em um Oriente Médio abalado pelas crises, afetado por guerras civis, o Líbano continua sendo um modelo de pluralismo, tolerância e abertura do qual necessitamos, declarou o ministro francês de Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, na inauguração da conferência.
– Estabilidade regional em jogo –
O Líbano não é uma ilha. Está sofrendo todos os efeitos nas tensões regionais e da crise síria. Está lutando contra o terrorismo em suas fronteiras e dentro delas, com mais de 1 milhão de refugiados, destacou.
O Líbano esperava arrecadar entre 6 bilhões e 7 bilhões de dólares entre empréstimos e doações para financiar infraestruturas, sobretudo para o fornecimento de água, e para reativar sua economia.
Neste esforço, o Líbano não conseguirá vencer sozinho (…). Não se trata apenas da estabilidade do Líbano, mas da região e do mundo, apontou o primeiro-ministro libanês, Saad Hariri.
Somos um país pequenos, enfrentamos desafios enormes, políticos, econômicos e de segurança. Esses desafios se veem acentuados pela guerra síria e a crise dos sírios deslocados no Líbano, acrescentou. Os refugiados representam um quarto da população libanesa.
A economia do país crescia a uma média de 8% ao ano antes da guerra síria em 2011, e despencou a 1% desde então, disse Hariri. A pobreza e o desemprego aumentaram significativamente, e as exportações caíram em um terço, detalhou.
Hariri se comprometeu, em contrapartida aos investimentos, a lutar contra a corrupção em seu país, modernizar o funcionamento dos mercados públicos e favorecer uma melhor administração fiscal.
Ao todo, segundo estimativas, o Líbano precisa de 23 bilhões de dólares nos próximos 12 anos. Neste esforço, Paris espera mobilizar também o setor privado.
Trinta e sete Estados e 14 organizações internacionais e regionais (FMI, Banco Mundial, UE, entre outros) participaram da conferência, organizadas um mês antes das eleições legislativas de 6 de maio no Líbano.
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