A Starbucks fechará seus mais de 8.000 cafés nos Estados Unidos na tarde de 29 de maio para que cerca de 175.000 funcionários assistam a uma formação sobre racismo e discriminação
O chefe da polícia da Filadélfia pediu desculpas nesta quinta-feira (19) pela detenção de dois homens negros inocentes em uma loja da rede de cafés Starbucks, um fato que gerou indignação nos Estados Unidos e pedidos de boicote.
Peço-lhes perdão, disse o comissário Richard Ross, que é negro e em um primeiro momento havia defendido a ação dos policiais, assegurando que não fizeram nada de errado.
Errei completamente, acrescentou, durante coletiva de imprensa.
Acho que enquanto trabalhamos para tornar esta cidade mais segura e melhor, temos que reconhecer que ainda precisamos trabalhar em algumas coisas, disse Ross à emissora NBC. Começa de cima, e começa comigo. A comunicação é importante e errei completamente nisso.
Ross, que chefia a polícia da sexta cidade americana desde janeiro de 2016, admitiu que o problema racial reflete um problema maior na nossa sociedade.
Eu não deveria ser uma pessoa que agrava os problemas raciais, disse. É uma vergonha para mim se contribuí de alguma forma com algo assim.
Ross informou que a partir de agora será aplicada uma nova política se houver casos similares, mas não deu detalhes.
Em 12 de abril, a gerente de uma loja da Starbucks na Filadélfia ligou para o serviço de emergência 911 para denunciar a presença de dois homens suspeitos no café que não queriam consumir nada, nem obedecer seu pedido para deixar o local.
Eram dois amigos negros que esperavam tranquilamente um terceiro e que ainda não tinham consumido nada. Quando pediram à gerente para usar o banheiro, ela negou o acesso caso não consumissem.
A polícia chegou e deteve os dois exatamente quando o amigo chegou, mas o incidente foi filmado por uma cliente e o vídeo viralizou nas redes sociais, suscitando uma indignação generalizada e protestos sob a hashtag #boycottstarbucks.
Entrevistados nesta quinta-feira pela ABC, os dois jovens – Rashon Nelson e Donte Robinson – contaram como foi o incidente.
Quando a polícia chegou, contou Nelson, disse a mim mesmo que não podia ser por minha causa.
Pediram que fôssemos embora. Não fizeram nenhuma pergunta como Houve algum problema com a gerente? O que aconteceu?, relatou.
Não leram os nossos direitos (…) Nos algemaram, com as mãos nas costas, e nos colocaram em um carro policial, disse Robinson.
O presidente da Starbucks, Kevin Johnson, já havia pedido desculpas pelo incidente na segunda-feira. O grupo anunciou que seus mais de 8.000 estabelecimentos nos Estados Unidos vão fechar na tarde de 29 de maio para que cerca de 175.000 funcionários façam uma formação sobre racismo e discriminação.
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