A Justiça realizou nesta terça-feira (24) audiência de instrução relacionada ao caso do vendedor autônomo Rodolfo Christo Djorgjivie, de 33 anos, preso acusado de atropelar e matar a controladora de tráfego de estacionamento Luciana Souza, de 35. O crime ocorreu em Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana da capital, em outubro do ano passado.
A família pediu que o motorista seja punido, enquanto a defesa alega que ele agiu sob efeito de remédios. No entanto, a perícia constatou que Rodolfo estava bêbado.
Rodolfo compareceu à sessão, mas não foi ouvido. A oitiva dele deve ser a última a ser realizada. O juiz Leonardo Fleury Dias vai marcar uma nova audiência para ouvir três testemunhas que não compareceram. Entre elas, outro motorista que estaria participando de um racha com o acusado no momento da batida. Só depois, decidirá se o condutor irá ou não a júri popular.
A filha de Luciana, Emilye Carolayne Souza Ferreira, de 17, que também foi atingida, sobreviveu, mas ficou com sequelas na mão. Ela foi a primeira testemunha a ser ouvida e se emocionou por ficar na mesma sala que o acusado. Na saída, disse que não se recorda do acidente e pediu que o acusado seja punido.
Não lembro de nada. Só de acorda toda arrebentada no hospital perguntando da minha mãe. Quero que ele seja condenado e não fique impune para não destruir outras famílias”, desabafou.
Já o advogado de Rodolfo, Gilles Gomes, rebateu as acusações. Ele disse que não houve intenção de seu cliente em cometer o crime. Durante a audiência, ele chegou a solicitar revogação da prisão do motorista, cujo pedido o Ministério Público pediu vista do processo.
“As provas demonstradas, ao contrário da denúncia, apontam que trata-se de um homicídio culposo na direção de veículo automotor. Essa é a tese. Ele usou um remédio controlado, do qual decorreu o acidente”, disse.
Perícia
A perícia do caso já foi concluída. Laudo confeccionado pela Polícia Técnico-Científica concluiu que ele estava a 101 km/h no momento da colisão. Além disso, há indícios de que ele participava de um racha.
Câmeras de monitoramento registraram quando mãe e filha foram atingidas pela caminhonete de Rodolfo, uma Nissan Frontier. Ao todo, os especialistas analisaram vídeos de seis equipamentos instalados ao longo da via.
Batida e morte
Luciana e Emilye voltavam do trabalho de moto no dia 11 de outubro quando foram atingidas pela caminhonete de Rodolfo, no cruzamento das Avenidas Rio Verde e Maria Cardoso.
As duas foram socorridas e levadas para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). A mulher morreu pouco tempo depois. Já a adolescente conseguiu se recuperar e recebeu alta dias depois.
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