O PSOL solicitou hoje (9) uma reunião com o chefe da Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa, para obter informações sobre as investigações dos assassinatos da vereadora da legenda, Marielle Franco, e de seu motorista Anderson Gomes. O pedido ocorre após o conteúdo das declarações de uma testemunha ter sido revelado pelo jornal O Globo. São três depoimentos que implicam o vereador Marcello Siciliano (PHS) e o ex-policial militar Orlando Oliveira Araújo, que atualmente está preso sob acusação de liderar milícia na cidade.
Marielle e Anderson foram executados na noite de 14 de março. De acordo com as reportagens de O Globo, o depoente havia trabalhado para milícia envolvida no crime e teria sido ameaçado de morte, razão pela qual decidiu revelar o que sabia em troca de proteção. O jornal disse que a Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro (Seseg) determinou ao comando da Polícia Civil que garanta a segurança da testemunha. O órgão não confirma e informou que não vai divulgar informações sobre a investigação. O vereador Marcello Siciliano publicou nota e também concedeu coletiva em que se disse revoltado com as acusações. Ele afirmou que sequer conhece Orlando e negou as acusações.
A expectativa do PSOL é que o encontro com o delegado Rivaldo Barbosa ocorra no início da próxima semana, entre segunda-feira e terça-feira, conforme informou o vereador da legenda, Tarcísio Motta. Vamos saber o que ele pode nos revelar sobre como anda o inquérito. Por enquanto, aguardamos que as investigações possam corroborar ou não esse depoimento vazado para a imprensa. No nosso entendimento, não nos cabe fazer qualquer juízo de valor antes que a polícia prossiga com o inquérito e determine se as alegações dessa testemunha tem valor para o caso.
Ainda de acordo com as reportagens do jornal, a testemunha teria dito que Marielle estaria contrariando interesses políticos de Marcello Siciliano na zona oeste. A testemunha também teria mencionado nomes de outros envolvidos no assassinato e afirmado que as mortes do policial militar Anderson Claudio da Silva e do líder comunitário Alexandre Pereira, colaborador do mandato do vereador do PHS, foram queima de arquivo. O vazamento, sob certo ponto de vista, prejudica as investigações, embora pressione para que elas avancem. De qualquer forma, a polícia precisa juntar provas materiais que corroborem com o depoente, ou não, avalia Tarcício Motta.
A bancada de vereadores do PSOL também se reuniu hoje (9) com o presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Jorge Felippe (MDB). Foi uma conversa informal. Como hoje a sessão caiu por falta de quórum, nós aproveitamos para conversar sobre as últimas notícias veiculadas na imprensa e as impressões de cada um. Não se tratou de numa reunião formal que visasse algum tipo de encaminhamento ou de medida institucional, explicou Tarcísio.
Edição: Denise Griesinger – BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 63923