Em pronunciamento nesta quarta-feira (22), o senador
Eduardo Girão (Podemos-CE) criticou a presença dos irmãos Joesley e
Wesley Batista na comitiva oficial do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva que vai à China ainda neste mês.— Qual é o melhor
adjetivo a ser usado nesse caso? Indecente? Indecoroso?
Despudorado? Imoral? Todos eles são ainda insuficientes, pois não
estamos apenas tratando de corrupção e impunidade praticadas por
gente poderosa. No Brasil, a corrupção é um verdadeiro câncer
em metástase, um câncer que, respeitando quem pensa diferente, no
meu modo de entender, é agravado pela nossa Suprema Corte, quando
ela acabou em 2019 com a prisão em segunda instância e decidiu, em
seguida, revogar a condenação de Lula. Estamos falando de valores
morais — protestou Girão.Girão lembrou que a empresa JBS, dos
irmãos Batista, havia sido beneficiada com empréstimos do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante os
governos de Lula e Dilma Rousseff. E que, depois do início da
Operação Lava Jato, em 2014, Joesley e Wesley fizeram um acordo de
delação premiada. “Nós não podemos jamais esquecer que a Lava Jato
conseguiu recuperar R$ 22 bilhões”, disse.— Os escândalos
envolvendo os negócios dos irmãos Batista não se limitaram àqueles
trazidos pela Operação Lava Jato. Depois da criação da holding
J&F para controlar investimentos bilionários, mais crimes foram
praticados e descobertos por outras operações, como a Bullish,
Sépsis, Cui Bono, Carne Fraca, crimes de suborno, transações
fraudulentas, sonegação e descumprimento de normas sanitárias
essenciais — ressaltou.O senador declarou que, “com corrupção e a
impunidade, não podemos ter tolerância; seja Temer, Bolsonaro, seja
quem for, a gente precisa entregar a verdade e mostrar as
incoerências, mostrar a tolerância que, de uma certa forma, pode
estar leniente com o crime”— Nós vivemos tempos muito difíceis, mas
não podemos desistir. Por mais poderoso que seja um sistema
corrompido e corruptor, ele nunca conseguirá ser superior a toda
uma nação unida que almeja por desenvolvimento e justiça social.
São tempos de resistência, porque, acima do poder político e
econômico das criaturas humanas, impera a soberana justiça
divina.