Goiás, ocupando a terceira posição no Brasil em consumo de agrotóxicos – e o Brasil liderando mundialmente neste aspecto –, enfrenta sérios desafios de saúde pública. O estado registrou um alarmante número de 480 casos de intoxicação por agrotóxicos este ano, evidenciando os efeitos nocivos destes produtos tanto para a saúde humana quanto para o meio ambiente, incluindo a associação com doenças como o câncer.
Essas informações foram destacadas no 2º Seminário Agrotóxicos e Saúde, promovido pela Superintendência de Vigilância em Saúde de Goiás (Suvisa/SES). O seminário, que rememora o Dia Internacional de Luta contra os Agrotóxicos, destacou a preocupante entrada massiva de agrotóxicos no estado nos últimos seis anos, incluindo produtos banidos em outras nações. A gerente de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador da SES, Edna Covem, enfatizou os impactos desses produtos no solo, água, ar e alimentos, e as consequências para o sistema de saúde pública.
Uma pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG) apresentada no evento revelou que trabalhadores rurais expostos a agrotóxicos desenvolveram câncer, com uma taxa de mortalidade entre 85% a 90% dos casos estudados. Em resposta a essa crise, a SES está implementando um programa de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos (VSPEA) em 47 municípios prioritários do estado, além de outras iniciativas como capacitações para profissionais de saúde e a criação do Fórum de Saúde do Trabalhador Rural e do Programa de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Contaminantes Químicos (Vigipeg).