O Parlamento da Coreia do Sul aprovou um projeto de lei histórico que proíbe a criação e o abate de cães para consumo, encerrando uma prática tradicional, porém controversa, que perdurou por décadas. A nova legislação, que recebeu apoio bipartidário, proibirá a distribuição e venda de produtos alimentares feitos com ingredientes caninos, visando principalmente aqueles envolvidos na indústria, como criadores e vendedores. Proprietários de fazendas e restaurantes terão três anos para encerrar ou transformar seus negócios, com apoio do governo local.
A mudança reflete a transformação das atitudes em relação ao consumo de carne de cachorro na Coreia do Sul, à medida que a posse de animais de estimação se tornou mais comum e a percepção sobre os animais e o consumo de alimentos evoluiu. Pesquisas mostram uma queda significativa no número de sul-coreanos que consomem carne de cachorro, com 64% dos entrevistados se opondo ao consumo, e apenas 8% relatando ter consumido carne de cão em 2022. A nova lei agora aguarda a aprovação do presidente Yoon Suk Yeol, marcando um marco importante na mudança de atitudes em relação à alimentação na Coreia do Sul.
Esta proibição do consumo de carne de cachorro enfrentou forte resistência de criadores e proprietários de empresas que alegam que isso afetará negativamente seus meios de subsistência e tradições. No entanto, defensores da proibição, como a Humane Society International, estão otimistas de que o período de carência e as medidas de apoio ajudarão os criadores de cães a saírem da indústria. A aprovação desse projeto de lei sinaliza uma mudança significativa na percepção da sociedade em relação à alimentação e ao tratamento de animais na Coreia do Sul.