O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou o ano de 2023 com uma alta acumulada de 4,62%, dentro do intervalo da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que varia de 1,75% a 4,75%. O resultado foi impulsionado pelo aumento dos preços nos nove grupos de produtos e serviços analisados pela pesquisa em dezembro. O grupo de alimentação e bebidas, com destaque para o aumento nos preços da batata-inglesa, feijão-carioca, arroz e frutas, liderou as altas, contribuindo significativamente para a inflação do mês.
O clima adverso, que afetou a produção de alimentos in natura, como tubérculos, hortaliças e frutas, foi apontado como um dos fatores para o aumento dos preços. O arroz, que registrou alta pelo quinto mês consecutivo, sofreu com condições climáticas desfavoráveis. Já a elevação dos preços do feijão foi relacionada à redução da área plantada e ao aumento dos custos de fertilizantes. No entanto, o preço do leite longa vida continuou a cair pelo sétimo mês consecutivo.
No grupo de transportes, as passagens aéreas continuaram a subir, enquanto os combustíveis apresentaram deflação, com destaque para a gasolina, que é o subitem de maior peso no IPCA. Em habitação, a energia elétrica residencial, a taxa de água e esgoto, e o gás encanado tiveram altas, contribuindo para o índice de dezembro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também registrou alta em dezembro, influenciado pelo aumento dos preços dos produtos alimentícios e não alimentícios.
A inflação, mesmo dentro da meta do CMN, continua sendo um desafio para a economia brasileira, com os preços dos alimentos exercendo pressão significativa sobre o índice. A alta dos preços de itens essenciais como arroz e feijão afeta o orçamento das famílias e requer atenção das autoridades econômicas para garantir a estabilidade financeira da população.