O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, registrou uma alta de 0,31% nos preços em janeiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora tenha havido uma desaceleração em relação ao mês anterior, especialistas demonstraram preocupação com a alta nos preços dos alimentos. O grupo de Alimentação e bebidas teve um aumento de 1,53% no mês, impulsionado principalmente pela elevação nos preços da batata-inglesa, que subiram 25,95% em janeiro. A inflação acumulada nos últimos 12 meses ficou em 4,47%.
No entanto, o IPCA-15 de janeiro ficou abaixo das expectativas do mercado financeiro, que esperava uma alta de 0,47% no mês. Além dos alimentos, o grupo de Transportes registrou deflação, principalmente devido à queda nos preços das passagens aéreas e dos combustíveis. As passagens aéreas tiveram um impacto deflacionário significativo, com recuo de 15,24% no mês. Já os combustíveis apresentaram um recuo importante, com destaque para o etanol (-2,23%), o óleo diesel (-1,72%) e a gasolina (-0,43%). Em contrapartida, o grupo de Saúde e cuidados pessoais teve alta influenciada pelo aumento nos preços dos planos de saúde e itens de higiene pessoal.
Embora o resultado geral do IPCA-15 tenha vindo abaixo das expectativas, os especialistas alertam para os sinais de alerta presentes nos núcleos de inflação usados pelo Banco Central. Enquanto a média dos cinco núcleos do BC ficou abaixo da expectativa, os Serviços Subjacentes apresentaram uma alta considerável. Esse cenário gera preocupações, pois indica um possível risco no setor de serviços, mesmo com a resiliência do mercado de trabalho e a atividade econômica ainda em um patamar positivo. Apesar disso, não se espera que esses resultados alterem a perspectiva do Banco Central de um novo corte na taxa básica de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).