A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) enviou um documento ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a criação de um eixo específico de combate às organizações criminosas presentes na Terra Yanomami. O pedido foi feito devido à violência e ao medo que as facções criminosas têm causado nas aldeias indígenas. A Apib também solicitou ao STF que a expulsão dessas organizações seja incluída nos planos de desintrusão do território indígena. O documento destaca a necessidade de ações para combater o garimpo ilegal, principal causa da crise sanitária sem precedentes enfrentada pelos Yanomami.
A Apib pede que o Supremo determine à União a criação de um eixo específico de combate às organizações criminosas e solicita mais informações sobre as ações interministeriais realizadas no território. Além disso, a associação solicita detalhes sobre a Casa de Governo em Boa Vista, para acompanhar a execução de políticas públicas na Terra Yanomami. O documento ressalta que a presença das organizações criminosas, associadas ao garimpo ilegal, tem gerado cenários de pavor e fuga nas comunidades indígenas, que temem ataques e até mesmo assassinatos em seu território ancestral.
A Terra Yanomami tem sido alvo de garimpo ilegal há décadas, e a invasão se intensificou nos últimos anos. Além dos impactos ambientais, essa atividade causa violência, conflitos armados e poluição dos rios devido ao uso de mercúrio. O governo federal decretou emergência de saúde pública na região em janeiro de 2023 e realizou ações de assistência aos indígenas e combate ao garimpo ilegal. No entanto, segundo o Ministério Público Federal e lideranças indígenas, as medidas adotadas não avançaram o suficiente, e a situação devastadora persiste no território Yanomami.