Localizado em Campinas, o Jardim Itatinga é considerado uma das maiores áreas de prostituição da América Latina. Criado durante a ditadura militar para isolar os profissionais do sexo do restante da cidade, o bairro persiste ao longo das décadas, enfrentando crises econômicas, a pandemia da Covid-19 e a revolução sexual da internet. Atualmente, abriga 117 estabelecimentos e cerca de 1,7 mil trabalhadores do sexo, que se adaptaram às mudanças do mercado, migrando para o ambiente online e vendendo conteúdo na internet.
Apesar das transformações sociais e econômicas, o Jardim Itatinga continua a exercer sua influência, atraindo um público diversificado. A pesquisadora Carolina Bonomi, da Unicamp, destaca que o bairro possui uma dinâmica própria que o mantém em funcionamento, adaptando-se tanto às necessidades das trabalhadoras quanto às preferências dos clientes. No entanto, a falta de regulamentação do trabalho sexual representa um desafio, tornando necessária a discussão sobre a normatização da atividade, a fim de garantir segurança e direitos para os profissionais e consumidores desse serviço.