O Banco Central (BC) alertou sobre o aumento de golpes no Sistema de Valores a Receber (SVR), que tem causado prejuízos para um número crescente de brasileiros. Os golpistas utilizam diversas tecnologias, mas o procedimento é semelhante: simulam consultas em sites e aplicativos falsos fora do ambiente da autoridade monetária, resultando em valores a receber falsos e altos, entre R$ 1 mil e R$ 3 mil. Após convencerem as vítimas a pagar uma taxa de liberação, que varia de R$ 45 a R$ 90, os criminosos desaparecem e as pessoas perdem o dinheiro. O BC registrou um aumento considerável de denúncias nas últimas semanas, com um pico entre dezembro e janeiro.
A modernização das tecnologias utilizadas pelos golpistas é evidente, desde falsos e-mails até mensagens de WhatsApp e vídeos com inteligência artificial que contêm depoimentos falsos de celebridades ou autoridades públicas. O BC lançou um alerta contra falsos aplicativos de valores a receber, porém, ressalta que os sistemas de segurança da autoridade monetária e dos bancos não são violados. Os criminosos direcionam as pessoas para sites falsos, principalmente do Leste Europeu, e utilizam técnicas de engenharia social para obter dados pessoais das vítimas. O BC orienta as pessoas a procurarem os bancos ou operadoras de cartão de crédito para denunciar os golpes e solicitar o estorno do valor, lembrando que a recuperação do dinheiro pode ser difícil, especialmente em casos de transferências via Pix.
Conforme as estatísticas do BC, até o final de novembro, os brasileiros ainda não haviam sacado R$ 7,51 bilhões do Sistema de Valores a Receber. Os golpistas se aproveitam desse alto valor não retirado, enganando as pessoas com informações falsas. O chefe do Departamento de Atendimento Institucional do BC ressalta que os consumidores devem estar atentos, pois esses golpes são uma forma atualizada de um dos mais antigos do mundo, o golpe do bilhete premiado. Diante disso, é importante que as vítimas registrem boletins de ocorrência para ajudar as autoridades a combaterem os fraudadores.