A companhia aérea brasileira Gol Linhas Aéreas Inteligentes entrou com um pedido de reestruturação financeira nos Estados Unidos, pelo Capítulo 11 da lei de falências, visando enfrentar sua dívida bilionária estimada em R$ 20 bilhões. Especialistas acreditam que a empresa tem boas chances de reestruturar suas contas e continuar operando. A Gol enfrenta dificuldades decorrentes do alto custo operacional, leasing de aeronaves, manutenção de aeronaves antigas e as consequências financeiras da pandemia de Covid-19. A escolha pelos EUA se deve à maioria das dívidas ser emitida no exterior, facilitando as negociações.
A situação da Gol é desafiadora, mas analistas acreditam que a empresa conseguirá se recuperar. A companhia registrou números melhores do que o esperado no último balanço financeiro, com uma receita operacional de R$ 4,7 bilhões no terceiro trimestre de 2023. O pedido de reestruturação não afetará os clientes, funcionários ou serviços como o clube de milhas Smiles. A Gol garantiu um financiamento de US$ 950 milhões para apoiar seus negócios durante o processo de reestruturação, e apresentará um plano de recuperação judicial que precisa ser aprovado pelos credores.
As dificuldades enfrentadas pela Gol refletem um cenário global no setor aéreo, onde empresas constantemente lidam com altos níveis de endividamento e eventos imprevisíveis. O setor é sensível a fatores como o preço do petróleo, variações cambiais, condições econômicas da população e competição de outras companhias aéreas. A recuperação judicial nos EUA é comum para empresas aéreas e já foi adotada por grandes companhias como American Airlines, Delta e United Airlines. No Brasil, a Latam também passou por um processo semelhante, obtendo descontos significativos em suas dívidas.