O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) determinou que a mulher acusada de um ataque antissemita contra uma comerciante judia seja proibida de deixar Arraial d’Ajuda, distrito de Porto Seguro, até que as investigações sejam concluídas. Ana Maria Leiva Blanco, a suspeita, também está proibida de frequentar a loja onde ocorreu o incidente e de manter contato com a vítima. Além disso, ela deverá se apresentar à Justiça a cada dois meses pelos próximos seis meses. A decisão veio após imagens divulgadas nas redes sociais mostrarem a acusada avançando contra a comerciante, proferindo insultos antissemitas.
Ana Maria, que é chilena, afirmou à TV Bahia que se arrepende profundamente do ato e argumentou que o ocorrido não se trata de intolerância religiosa, mas sim de uma questão política. A comerciante Herta Breslauer, de 54 anos, foi chamada de sionista e acusada de ser assassina de crianças durante o incidente. A polícia abriu um inquérito para investigar possíveis crimes de racismo, injúria, grave ameaça e dano qualificado, bem como a tentativa de lesão corporal. Embora não tenha havido pedido de prisão, o juiz responsável acatou as medidas cautelares impostas pela corte.
O caso despertou forte repercussão e levantou questões sobre intolerância religiosa e a necessidade de combate a discursos de ódio. Em seu interrogatório, a investigada confessou os xingamentos, mas negou ser antissemita ou terrorista. Ela alegou ter sido provocada pela vítima antes dos fatos, que a teria chamado de terrorista e a acusado de abandonar um filho. A polícia informou que Ana Maria faz uso de medicamentos controlados e teria tido um ataque de fúria ao passar pela loja da comerciante.