O setor automotivo brasileiro está prestes a receber um investimento de aproximadamente R$ 100 bilhões nos próximos anos. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou essa estimativa durante uma reunião com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin. O valor supera os R$ 41,2 bilhões anunciados anteriormente, e o investimento abrangerá tanto veículos leves quanto pesados, incluindo ônibus, caminhões e uma ampla gama de opções de motores, desde os movidos a combustão até os elétricos e híbridos. Alckmin também revelou que serão construídas pelo menos quatro novas fábricas, incluindo uma fábrica de ônibus elétricos e duas fábricas de carros elétricos, com outras unidades previstas para o futuro.
Esse investimento recorde tem o potencial de impulsionar a cadeia produtiva do setor automotivo no Brasil, impactando positivamente indústrias como a do aço, vidro, pneus e autopeças. Alckmin ressaltou que a retomada da economia e iniciativas como o Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover) têm estimulado esses investimentos, principalmente por meio de incentivos fiscais que visam à descarbonização dos veículos e à sustentabilidade da frota automotiva nacional. O ministro também destacou duas boas notícias para a indústria automotiva, sendo a queda da taxa básica de juros (Selic), que deve se manter, e a aprovação do Marco de Garantia pelo Congresso Nacional, que permitirá a recuperação de carros em caso de inadimplência.
Além disso, Alckmin reiterou a importância da reoneração gradual da folha de pagamento de 17 setores da economia como parte dos esforços do governo para atingir a meta de déficit primário zero. Ele ressaltou a eficiência econômica trazida pela reforma tributária, o câmbio favorável para exportação e a necessidade de redução dos juros. O ministro expressou confiança no diálogo e nas negociações para lidar com as questões fiscais e jurídicas envolvidas nesse processo, indicando que as discussões serão retomadas após o período do carnaval.