Uma divisão de opiniões surgiu entre membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e uma ala do governo Lula em relação à decisão do ministro Dias Toffoli de associar a investigação da Organização Não-Governamental (ONG) Transparência Internacional, a TI, com a anulação da multa bilionária da J&F na Operação Lava Jato. Enquanto alguns ministros do STF e defensores de Toffoli afirmam que a decisão pode ser questionável na forma, mas não no conteúdo, outros temem que a medida torne a Transparência Internacional uma vítima da situação. A divergência reflete a complexidade do caso e as diferentes interpretações sobre as motivações por trás da decisão de Toffoli.
De acordo com informações, as áreas técnicas da Controladoria Geral da União (CGU) estavam em processo de debate com a Transparência Internacional antes da decisão de Toffoli, discutindo os relatórios recentes da ONG. No entanto, a CGU afirmou que a decisão do ministro não estava relacionada diretamente às multas, o que levanta preocupações sobre o impacto dessa associação entre a investigação da TI e a anulação da multa da J&F. Enquanto alguns ministros do STF consideram difícil que visões mais extremas prevaleçam no plenário, outros defendem Toffoli, reconhecendo um possível erro na forma da decisão, mas concordando com o conteúdo.
No centro da controvérsia está a percepção de que a decisão de Toffoli pode ser interpretada como um gesto antilavajatista e uma resposta aos ataques que ele sofreu durante a Operação Lava Jato, em vez de uma ação em favor do PT. A suspensão das multas impostas à J&F e à Novonor, antiga Odebrecht, levanta questionamentos sobre a gestão de recursos públicos obtidos com multas para empresas que admitiram corrupção. Enquanto a divisão de opiniões persiste, o caso continua a ser debatido e analisado, revelando a complexidade do sistema judicial e político brasileiro.