Uma operação da Polícia Federal revelou o envolvimento do Partido Liberal (PL) em uma suposta tentativa de golpe eleitoral durante as eleições de 2022. Segundo relatório policial, o PL teria sido instrumentalizado para financiar uma estrutura de apoio à invalidação da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa presidencial. O presidente do partido, Valdemar Costa Neto, é apontado como o principal responsável por questionar a lisura do processo eleitoral. A operação resultou em mandados de busca, apreensão e prisão contra militares, ex-ministros do governo Bolsonaro e aliados políticos.
A investigação revelou que o PL teria utilizado um endereço durante a campanha de Jair Bolsonaro à reeleição como um núcleo jurídico para elaborar minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses do grupo investigado. Segundo a Polícia Federal, esse espaço, conhecido como “QG do Golpe”, era frequentado por apoiadores de Bolsonaro entusiastas de uma intervenção militar. A PF aponta uma relação intrínseca entre o núcleo jurídico responsável pelas minutas golpistas e o Partido Liberal, representado por Valdemar Costa Neto.
A operação deflagrada pela Polícia Federal também revelou que o PL questionou as urnas eletrônicas utilizadas nas eleições de 2022, pedindo a invalidação dos votos de mais de 250 mil urnas. No entanto, a investigação não encontrou indícios de fraude nas urnas. Especialistas contratados pelo partido possuíam vínculos com um influenciador argentino associado ao deputado Eduardo Bolsonaro e com um ex-major da reserva que ocupou cargo de direção no Ministério da Saúde. A ação resultou em mandados de busca, apreensão e prisão, incluindo a detenção de Valdemar Costa Neto por posse irregular de arma de fogo.