A Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência do então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, como parte da operação Tempus Veritatus. A ação teve como base uma reunião ocorrida em julho de 2022, em que Heleno defendeu a “virada de mesa” antes das eleições para garantir a reeleição do então presidente Jair Bolsonaro em outubro daquele ano. O encontro, convocado por Bolsonaro, contou com a presença de outros ministros e membros do governo, sendo apreendida uma gravação no computador de um ex-ajudante de ordens do presidente.
A reunião da alta cúpula do governo federal, registrada em mais de 10 páginas na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, teve como objetivo discutir estratégias para garantir a reeleição de Bolsonaro. Heleno afirmou que as ações necessárias deveriam ser tomadas antes das eleições, incluindo a possibilidade de confrontar instituições e indivíduos específicos. A operação Tempus Veritatus resultou na expedição de 33 mandados de busca e apreensão, além de quatro mandados de prisão preventiva, sendo que três alvos já foram presos.
Essa revelação da reunião coloca em destaque a discussão sobre a possibilidade de interferência ilegal nas eleições e levanta questões sobre o papel das Forças Armadas e dos órgãos de inteligência do Governo Federal. A investigação busca esclarecer se houve desinformação contra a Justiça Eleitoral e se as alegações de fraude foram respaldadas pelas instituições mencionadas. A operação Tempus Veritatus traz à tona um cenário preocupante para a democracia brasileira, com indícios de tentativas de manipulação do processo eleitoral por parte do governo em exercício.