A Justiça Eleitoral iniciou debates sobre novas medidas a serem implementadas nas eleições municipais deste ano, com destaque para o banimento de deep fakes e a possibilidade de cassação de candidatos por uso irregular de inteligência artificial. Segundo a cientista política Nara Pavão, em um cenário polarizado como o do Brasil, as notícias falsas e deep fakes têm menos impacto direto na mudança de votos, mas podem influenciar eleitores indecisos ou moderados. Embora seja raro mudar a opinião do eleitor, tais conteúdos maliciosos têm o potencial de gerar engajamento e desmobilizar eleitores.
As informações falsas, teorias conspiratórias, deep fakes e desinformação política não visam necessariamente alterar a escolha do eleitor entre diferentes candidatos, mas sim mobilizar e influenciar as pessoas, gerando engajamento e incentivando ações como campanhas, persuasão de vizinhos ou amigos, e apoio a determinados candidatos. O impacto dessas práticas na polarização da sociedade é evidente, mesmo que a mudança direta de votos seja considerada difícil de ocorrer. A disseminação desses conteúdos visa, sobretudo, alterar os incentivos e comportamentos dos eleitores.
O podcast “O Assunto” aborda os desafios eleitorais relacionados aos deep fakes, a discussão de novas regras eleitorais pelo TSE e a possível punição para o uso fraudulento de inteligência artificial. O papel da tecnologia e da desinformação nas eleições tem sido tema de debate, com a necessidade de lidar com os impactos dos deep fakes e outras formas de manipulação. A mobilização e o engajamento promovidos por essas práticas destacam a importância de medidas para garantir a transparência e integridade do processo eleitoral.