O deputado federal e bispo Marcelo Crivella, em acordo com a equipe técnica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considera plausível a sugestão de retirar a isenção tributária a salários de pastores da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 05/23. A medida visa ampliar a isenção tributária a templos religiosos, mantendo, no entanto, a imunidade para a formação do patrimônio de entidades beneficiadas pela PEC. Após reunião com autoridades, ficou acordado apresentar um estudo de impacto fiscal até o fim da semana para possibilitar a votação das alterações no plenário da Câmara dos Deputados.
O relator da proposta, deputado Dr. Fernando Máximo, destaca que o impacto fiscal estimado em cerca de R$ 1 bilhão será neutralizado com a reforma tributária, que inclui a extinção do IPI e a criação do imposto seletivo. Esse novo imposto, conhecido como imposto do pecado, incidirá sobre produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, enquanto as instituições religiosas continuarão isentas. O governo vê a medida como uma forma de estreitar laços com grupos religiosos, especialmente evangélicos, e já conta com os votos necessários para a aprovação da proposta, mesmo sem o apoio da base mais próxima ao presidente.
A proposta de alteração na imunidade tributária das igrejas é vista como uma tentativa do governo de demonstrar apoio e fortalecer relações com as comunidades religiosas, em especial os evangélicos. A medida visa garantir a isenção para aquisição de bens e serviços necessários à formação do patrimônio e à prestação de serviços, compensando a renúncia fiscal com a reforma tributária. Com o respaldo de 308 votos assegurados, o governo busca sinalizar positivamente para a ala evangélica e fortalecer sua base de apoio político.