Autoridades venezuelanas decidiram adotar uma medida controversa para tentar salvar o que resta da geleira La Corona, localizada no Pico Humboldt, no Parque Nacional da Sierra Nevada. Com a quase totalidade da geleira já desaparecida e o restante ameaçado de derretimento em 4 ou 5 anos, o governo decidiu cobri-la com uma manta gigantesca inspirada em técnicas usadas em estações de esqui europeias. Especialistas, no entanto, questionam a eficácia a longo prazo dessa abordagem sob as condições de aquecimento global.
A iniciativa de utilizar rolos de plástico polipropileno na superfície congelada da montanha, com o auxílio de helicópteros, tem gerado debates acalorados. Enquanto o governo venezuelano busca proteger a geleira da radiação solar e retardar seu derretimento, ecologistas e acadêmicos expressam preocupações quanto aos potenciais impactos negativos. O material plástico utilizado poderia contaminar os cursos de água da região, prejudicando tanto a vegetação quanto o abastecimento da população local.
O derretimento das geleiras na região dos Andes é um problema que transcende as fronteiras da Venezuela. Com projeções científicas indicando a perda significativa da massa glaciar até o final do século, a urgência de ações para enfrentar as mudanças climáticas é evidente. O debate em torno das medidas adotadas para preservar a geleira La Corona ressalta a complexidade dos desafios ambientais enfrentados não apenas pelo país sul-americano, mas por toda a comunidade global.