Mensagens encontradas no celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, revelam uma possível tentativa do presidente Jair Bolsonaro de consultar as Forças Armadas e a Advocacia-Geral da União (AGU) sobre a deturpação do artigo 142 da Constituição para evitar a posse de Lula. O ex-comandante da Aeronáutica Batista Júnior confirmou em depoimento à Polícia Federal que o então advogado-geral, Bruno Bianco, rejeitou a ideia por falta de viabilidade jurídica.
O relato do comandante da Aeronáutica foi corroborado por relatos internos da AGU, que indicam que a tentativa de Bolsonaro de encontrar respaldo para teses golpistas na instituição não se restringiu a uma única ocasião. Mensagens mostram que Mauro Cid enviou a Bruno Bianco um documento com análises deturpadas de Ives Gandra sobre o artigo 142, buscando apoio jurídico para as aspirações golpistas do Planalto. No entanto, Bianco respondeu que tais questões não deveriam ser levadas ao presidente, destacando a importância de agir dentro dos limites constitucionais.
A repercussão dessas revelações levantou preocupações sobre uma possível tentativa de golpe de Estado. Os depoimentos dos ex-comandantes das Forças Armadas ampliaram as indicações de Mauro Cid sobre a conspiração, revelando que ele próprio não tinha pleno conhecimento das intenções golpistas por ser tratado em uma patente superior. Cid espera evitar uma denúncia no Supremo Tribunal Federal em troca de sua colaboração com as autoridades.