O governo federal exonerou Helvécio Miranda Magalhães Júnior, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, após denúncias de apadrinhamento político e precariedade nos hospitais federais do Rio de Janeiro. Reportagem do Fantástico revelou a prática de loteamento de cargos, com indicações questionáveis para funções-chave, resultando em ineficiência, negligência e possíveis casos de corrupção. Um episódio emblemático envolveu a empresa Potenza, cuja dona, Grasielle Esposito, usou o nome de Helvécio para acessar um hospital federal e supostamente atuar como consultora, levantando preocupações sobre a segurança e gestão hospitalar.
A investigação do Fantástico expôs a relação de longa data entre Helvécio Magalhães e Grasielle Esposito, remontando a um cargo que ele a nomeou em 2016. Grasielle, embora negue ocupar atualmente cargo público, foi enviada por Helvécio ao Hospital Federal de Bonsucesso para avaliar a situação da unidade, sob a justificativa de ser contratada como consultora da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde. A falta de clareza sobre as circunstâncias da visita e a urgência das condições hospitalares geraram questionamentos sobre possíveis irregularidades e favorecimento indevido.
A conduta de Helvécio Magalhães e Grasielle Esposito lança luz sobre práticas questionáveis que contribuem para a precarização da rede federal de hospitais no Rio de Janeiro. O escândalo evidencia a necessidade de critérios técnicos sólidos na nomeação de cargos e na gestão da saúde pública, a fim de garantir transparência, eficiência e qualidade no atendimento à população. As revelações levantam preocupações sobre a integridade e a governança dos hospitais federais, destacando a importância do combate ao apadrinhamento político e da promoção de uma gestão pública responsável e ética.