Um recente levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trouxe à luz informações inéditas sobre as populações quilombolas do Brasil, destacando um perfil demográfico jovem e uma discrepância de gênero significativa. Com base nos dados do Censo 2022, revelou-se que as comunidades quilombolas possuem uma idade mediana de 31 anos, mais baixa do que a média nacional de 35 anos, refletindo uma população predominantemente jovem, com 48,44% dos indivíduos com 29 anos ou menos.
Os territórios quilombolas também se destacam pela presença masculina em proporções superiores à média nacional. O Censo 2022 apontou que, para cada 100 mulheres, há 100,08 homens entre a população quilombola, e essa proporção aumenta para 105,89 homens em territórios quilombolas delimitados. Pesquisadores do IBGE levantam hipóteses, como menor mortalidade masculina e maior segurança nos territórios delimitados, para explicar essa discrepância de gênero, ressaltando a necessidade de estudos complementares para uma compreensão mais aprofundada desses dados.
Além disso, o estudo evidenciou que os territórios quilombolas abrigam 12% do total de quilombolas no país, com a Região Nordeste concentrando a maioria dessas comunidades. Apesar do perfil mais jovem, há indícios de uma queda gradual da fecundidade nos últimos 15 anos, com uma diminuição da população abaixo dos 15 anos. A análise dos dados sugere a importância de mais pesquisas para compreender as dinâmicas demográficas e as diferenças entre os quilombolas em áreas delimitadas e em outras situações territoriais, incluindo áreas urbanas.