A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, alertou para a gravidade da situação causada pelas intensas chuvas no Rio Grande do Sul, que deixaram mais de 30 cidades completamente isoladas. Em entrevista, Marina ressaltou que a tragédia poderia ter sido ainda maior se não fosse a evacuação preventiva de áreas de risco. Ela expressou preocupação com a possibilidade de eventos climáticos extremos futuros, tanto no estado gaúcho quanto em outras regiões do Brasil, destacando a iminência de problemas decorrentes do fenômeno La Niña.
A ministra também criticou a inação de governos anteriores diante dos alertas sobre as mudanças climáticas, enfatizando que tais avisos estão sendo negligenciados há décadas. Marina destacou os esforços do Ministério do Meio Ambiente no enfrentamento da emergência e na elaboração de um plano inédito de gestão de riscos, em parceria com outros órgãos governamentais. Além disso, ela defendeu a necessidade de decretar estado de emergência climática em 1.942 municípios do país, visando a prevenção e resposta a desastres naturais.
A situação no Rio Grande do Sul atingiu níveis alarmantes, levando a prefeitura de Porto Alegre a decretar estado de calamidade pública. O desastre provocado pelas chuvas já resultou em 31 mortes, 74 desaparecidos, e centenas de milhares de afetados. O governador Eduardo Leite classificou o evento como o pior desastre já enfrentado pelos gaúchos, com acumulado de chuvas podendo ultrapassar 800 milímetros em algumas regiões. A urgência das medidas de prevenção e mitigação dos impactos ambientais se torna evidente diante da dimensão da tragédia.