O senador Rogério Carvalho, relator da CPI do Senado que investiga o afundamento do solo em Maceió causado pela extração de sal-gema, solicitou o indiciamento da Braskem e de seus dirigentes e técnicos. Segundo o relatório final apresentado, a empresa tinha conhecimento prévio dos riscos de colapso das minas de sal-gema na capital alagoana e ignorou as capacidades seguras de exploração, cometendo crimes de lavra ambiciosa e falsidade ideológica em documentos técnicos.
O relatório aponta que o afundamento do solo, que resultou na desocupação de cinco bairros e no deslocamento de 55 mil moradores, é consequência da exploração irresponsável da sal-gema no subsolo da região da Lagoa Mundaú. Além do indiciamento da Braskem, Carvalho sugere responsabilização civil e penal dos envolvidos por dolo eventual em crime ambiental. O parecer final será votado na próxima semana, e caso aprovado, será encaminhado aos órgãos competentes para possíveis medidas legais.
O relator também destaca que a Braskem, ciente dos riscos desde 2002, manipulou informações em documentos públicos, omitiu dados essenciais e falhou em adotar medidas de segurança que poderiam ter evitado o desastre. O relatório final, com mais de mil páginas, será submetido à votação dos membros da CPI, e as conclusões serão encaminhadas ao Ministério Público, à Advocacia-Geral da União e às polícias para as devidas providências legais.