O Aquilombar, maior evento do movimento quilombola do Brasil, realizou sua segunda edição em Brasília, com o objetivo de promover a valorização da cultura e tradições quilombolas. Os quilombolas, descendentes dos negros escravizados, são identificados como remanescentes das comunidades dos quilombos, espaços de liberdade e resistência criados por escravizados que fugiam da violência da escravidão. No evento, que contou com uma marcha até o Congresso Nacional, a Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) estimou a participação de 5 mil pessoas.
O termo quilombola, utilizado para designar esses remanescentes, ganhou destaque na Constituição de 1988, que reconheceu a propriedade definitiva das terras ocupadas por essas comunidades. Atualmente, o Brasil conta com 1,3 milhão de quilombolas autodeclarados, distribuídos em diversas regiões do país. Dados do Censo 2022 do IBGE revelam que em algumas cidades, como Alcântara (MA) e Berilo (MG), a maioria da população se autodeclara quilombola, evidenciando a importância desse grupo na sociedade brasileira.
Com o tema “Ancestralizando o Futuro”, o Aquilombar busca promover a valorização da cultura e tradições quilombolas através de atividades como palestras, feira temática, oficinas, performances culturais e debates sobre a representatividade política dos quilombolas. O evento é uma plataforma de expressão e reivindicação para a efetivação de políticas públicas que garantam a inclusão social das comunidades quilombolas, como a titulação dos territórios, educação, saúde e moradia. Maria Rosalina, coordenadora executiva da CONAQ, destaca a importância do ato coletivo na luta por direitos e reconhecimento dos quilombolas no Brasil.