As flores e cores vivas características do espírito hippie de 1968 inundaram nessa terça-feira (27) o último desfile feminista da Dior em Paris, obviamente com a presença de celebridades.
Desde sua chegada à maison, em meados de 2016, a diretora artística Maria Grazia Chiuri agitou a bandeira feminista e este aceno para o outono-inverno não foi uma exceção, ao inaugurá-lo com um suéter branco e verde e a frase estampada no centro: Cest non non non et non (Não É Não).
Essa frase estava nos arquivos de Christian Dior… Acredito que por vezes é bom dizer não, não, não. Além disso, também chamo minha filha de Senhora Não, disse a estilista italiana em entrevista.
Em pleno furacão criado pelo escândalo Weinstein e a campanha #MeToo, o roupa é suscetível de se transformar rapidamente em um clássico dos fashionistas, como a primeira camiseta militante lançada por Chiuri com o slogan We should all be feminists (Deveríamos todos ser feministas) e que no site da Dior cuesta 550 euros (670 dólares).
A mensagem de reivindicação se espalhou por toda a cenografia do Museu Rodin de Paris, com as paredes cobertas com recortes de revistas especializadas como Vogue, Elle e Cosmopolitan, fotografias dos anos 1970 e frases como Women rights are human rights (Direitos das mulheres são direitos humanos).
– Minissaias para sempre –
Queria fazer uma homenagem a essas publicações que apoiaram em grande escala a liberação das mulheres, disse a estilista.
Nesse universo, a estilista apresentou uma coleção de prêt-à-porter inspirada no movimento de maio de 1968 e trouxe uma onda de calor a um dia de frio siberiano em Paris, com uma paleta de cores que incluiu amarelo, laranja, vermelho e lilás, combinada com estampas e patchworks.
Feminismo significa liberdade. E o ponto de partida foram as revoluções de 1968. Quis saber o que aconteceu na Dior em 1968 e encontrei essa história divertida de mulheres que protestaram na loja (de Londres) porque queriam mais minissaias, disse Chiuri em alusão a uma imensa fotografia exposta em branco e preto em que uma mulher exibe um cartaz que diz: Minissaias para sempre.
O chapéu gavroche (inspirado no personagem do romance Os Miseráveis, de Victor Hugo) e os óculos de sol quadrados representam o denominador comum dos looks, em que os vestidos transparentes revelavam sutiãs esportivos sem aros e shorts. As bolsas são carregadas a tiracolo e os cintos são pretos, grossos e bem ajustados à cintura.
A plateia da Dior não decepcionou, com celebridades e fashionistas aos montes.
A atriz e modelo britânica Cara Delevingne e a atriz francesa Isabelle Huppert assistiram ao desfile.
– Pernas de fora na Saint Laurent
O segundo dia da Semana de Moda foi marcado também pelo desfile noturno da Saint Laurent, em que o diretor artístico Anthony Vaccarello exaltou as pernas femininas, deixando-as descobertas em quase todos os looks e emolduradas por pesadas sandálias de salto plataforma.
As modelos usavam ombreiras quadradas que destacavam as costas. O couro e o preto, no estilo roqueiro, voltaram ao desfile da marca.
A passarela foi instalada em frente à Torre Eiffel, recriando uma pista de discoteca, com projetores e espelhos.
Desfilaram também modelos masculinos em um visual roqueiro-dandy, com cabelos longos, vestidos de preto e cinza.
– BRASIL EM FOLHAS COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – I3D 53576