O decreto do Governo Estadual para conter o avanço da Covid-19 também atingiu uma classe, que assim como várias outras depende exclusivamente de uma única renda para sobrevier. Trata-se dos feirantes e em Aparecida de Goiânia muitos já estão desesperados porque já falta dinheiro para comprar alimentos básicos.
De acordo com a diretora da Associação dos Feirantes de Aparecida de Goiânia (Afag) e presidente da Cooperativa Mista dos Agricultores Familiares de Aparecida de Goiânia (Coomag), Camila Rosa, a medida atingiu quase 60 feiras que são realizadas na cidade e mais de 5 mil famílias, que dependem diretamente desta atividade. “Não sabemos mais o que fazer, a renda do dia da feira eles usam diretamente para alimentação e outras contas. Sem poder trabalhar tem muitos que já não têm mas o que comer em casa. Isso infelizmente é uma realidade”, conta Camila.
Na tentativa de sensibilizar o Poder Público, os feirantes de Aparecida estão gravando vários vídeos relatando a difícil situação e pedindo ajuda aos governos Estadual e Municipal. “Nós queríamos pelo menos uma linha de crédito especial, qualquer ajuda financeira ou qualquer ideia que venha minimizar esta situação. Estamos sofrendo muito”, acrescenta.
Além da falta de dinheiro para a alimentação básica, alguns feirantes perderam estoque de frutas, verduras e legumes. Outros que têm produção própria com tempo da colheita não têm onde vender. “Alguns tentaram doar para não perder, mas teve gente que recusou receber com medo de contaminação”, relata Camila.
Enquanto não há uma conversa ou resposta do Poder Público, a Afag já pensa em desenvolver uma plataforma online para vender as verduras em sistema de entrega em domicilio. Estão sendo realizadas reuniões por vídeo de aplicativo para discutir como tudo isso possa funcionar para ajudar os feirantes. “Estamos torcendo para que dê certo, se não saberemos mais o que fazer”, alerta a presente da Coomag.