A assessoria de imprensa do prefeito de Goiânia, Maguito Vilela (MDB) acaba de confirmar seu falecimento na madrugada desta quarta-feira,13.
Maguito estava Internado desde o dia 22 de outubro para tratar da Covid-19, Maguito lutava contra uma infecção pulmonar diagnosticada na semana passada. A família está providenciando o traslado do corpo de São Paulo para Goiás e ele deve ser sepultado em Jataí, sua terra natal.
Até a quarta-feira da semana passada, o quadro de saúde dele era estável, ele estava com boa capacidade de respiração e conseguia se comunicar por gestos, mas infelizmente teve uma nova piora.
Quem foi Maguito
Luiz Alberto Maguito Vilela nasceu na cidade de Jataí em 1949. Com 81,11% dos votos válidos, se tornou, em 2009, o primeiro ex-governador a ser eleito prefeito de Aparecida de Goiânia. Em 2012, reelegeu-se prefeito do município com quase 63,98% dos votos válidos.
Em 31 de dezembro de 2016, encerrou o segundo mandato com a gestão obtendo mais de 70% de aprovação e com marca de que existe uma Aparecida antes de Maguito e outra depois de Maguito por causa das inúmeras obras e ações de governo, principalmente, em infraestrutura, mobilidade urbana, saúde, educação e na área social.
A trajetória política desse goiano começou em sua cidade natal. Em 1976, Luiz Alberto, que era conhecido nos campos de futebol como Maguito, elegeu-se vereador e o apelido foi incorporado ao nome. Na sequência, foi eleito deputado estadual em 1982, quando exerceu a liderança do governo Iris Rezende (MDB) na Assembleia Legislativa.
Em 1986, Maguito elegeu-se deputado federal e 1988 participou ativamente da elaboração da Constituição Federal vigente no país. Foi vice-líder da bancada do MDB na Câmara dos Deputados. Quatro anos depois, em 1990, foi eleito vice-governador de Goiás, ao lado do então governador Iris Rezende.
Em 1994, o povo o consagra como titular do Palácio das Esmeraldas. Entre 1995 a 1998, pesquisa do Datafolha o apontara como o governador mais popular do Brasil. Em 1998, foi eleito senador da República por Goiás. Em 2002 e 2006, foi candidato a governador pelo MDB. Em 2007, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nomeou o como vice-presidente de Governo do Banco do Brasil.
Entre as suas principais realizações no Poder Legislativo destaca-se a proposta na Assembleia Legislativa para acabar com as aposentadorias políticas; na Câmara dos Deputados, apresentou a emenda ES24701-8, conhecida como a Lei do Impeachment, que foi aplicada pela primeira vez em 1992 com o afastamento do então presidente Fernando Collor e mais recentemente em 2016 com o afastamento da presidente Dilma Rousseff.
No Senado Federal, Maguito Vilela teve atuação destacada em importante comissões da Casa Legislativa, como na Comissão de Constituição e Justiça e na Comissão de Assuntos Sociais, onde levou a sua experiência como o governador que implantou maior programa social do país até então.
Como governador de Goiás, atendeu 150 mil famílias carentes com a doação de pão e leite diariamente e de uma cesta básica por mês, beneficiando quase um milhão de pessoas. Em quatro anos foram distribuídas cinco milhões de cestas de alimentos com 28 quilos cada. O programa de Solidariedade Humana é considerado o embrião dos atuais programas sociais como Renda Cidadã e Bolsa Família.
Além da forte marca social, o governo Maguito conseguiu atrair grandes indústrias que duas décadas depois ainda são responsáveis por milhares de empregos e rendas para os goianos. Perdigão – investimento de 500 milhões de dólares – , Goiástêxtil – formada pelas empresas JMA (Portugal), Piu Belle (Itália) e Bouquet (Brasil), com investimento de 65 milhões de dólares – , Mitsubishi – Investimento de 35 milhões de reais – e Nestlé – investimento de 18,4 milhões de reais – são algumas das grandes indústrias que se instalaram em Goiás durante o governo Maguito. Atraiu mais de 1.500 novos empreendimentos em 40 meses, com investimentos superiores a R$ 5 bilhões e geração de quase 100 mil novos empregos.
O programa Fomentar foi remodelado, atendendo milhares de empresas goianas e outras que vieram para o Estado, financiando o pagamento de 70% do ICMS em até 15 anos.
A eletrificação rural chegou a 95% das propriedades do estado, atendendo 43 mil produtores. Goiás passou a ter o terceiro maior rebanho bovino do Brasil, com 18 milhões de cabeças, e chegou à posição de segundo maior produtor de leite. Na agricultura, passamos a ser responsáveis por 10% de toda a produção nacional de grãos.
Na educação, reformou e construiu mais de mil salas de aula, gerando 100 mil novas vagas. Em 1997, o Estado alcançou o índice recorde de crianças na sala de aula – 94,95%, o maior índice do Brasil na época – e o menor percentual de evasão escolar – apenas 2%. O Governo implantou faculdades no interior e criou a UEG, a Universidade Estadual de Goiás.
Goiás atingiu 100% de cobertura vacinal contra pólio, sarampo e tuberculose e o índice de mortalidade infantil, que já foi um dos maiores do Brasil, passou para o terceiro menor. Entre as obras realizadas na Saúde, destacam 21 unidades hospitalares em municípios que não possuíam nenhum leito, o Instituto da Criança, a ampliação do Materno Infantil, a reabertura de maternidades, melhorias no HDT (Hospital de Doenças Tropicais) e a conclusão das obras no Hospital Geral de Goiânia.
Na infraestrutura, 2 mil quilômetros pavimentados, completando uma malha total pavimentada no Estado de 9 mil quilômetros.
69 ginásios de esportes construídos ou reformados, além de outras 27 quadras. O Governo concluiu, naquele período, oito estádios de futebol e reformou o estádio Serra Dourada.
O trabalho de Maguito rendeu-lhe um título inédito no Brasil: foi apontado por seis vezes consecutivas como o governador com melhor aprovação popular em todo o Brasil, conforme dados dos institutos DataFolha (Folha de S. Paulo) e Brasmarket (revista IstoÉ).
À frente da Prefeitura de Aparecida, investiu mais de R$ 800 milhões em obras na infraestrutura, saúde, educação e no social. Foi o maior volume de investimento da história do município. O resultado foi a pavimentação asfáltica de 115 bairros – Mais de 6 milhões de metros quadrados de asfalto novo – ; a construção de quatro eixos viários; a construção de um Hospital Municipal com 220 leitos, 3 UPAs, 30 UBSs ; implantação de 40 Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis); 33 ginásios de esportes nas dependências de escolas municipais e implantação de quatro escolas come educação integral e reforma ou ampliação de todas as 59 unidades escolares do município.
Durante seus mandatos como prefeito, Aparecida experimentou um grande salto de desenvolvimento. Com fortes investimentos em infraestrutura, educação e saúde a cidade viu aumentar em mais de 500% o número de empresas ativas. Antes de Maguito, Aparecida tinha apenas 6 mil empresas, ao final de 8 anos de governo Maguito, o número passou para mais de 35 mil empresas.
Durante o governo Maguito, Aparecida também ganhou destaque nacional em gestão dos recursos públicos. O Índice da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) de Gestão Fiscal apontou a Prefeitura de Aparecida de Goiânia como a 1ª no ranking estadual e a 21ª no ranking nacional, atrás apenas de uma capital do país. O objetivo do índice é avaliar a qualidade da gestão fiscal dos municípios brasileiros e fornecer informações que auxiliem os gestores públicos na decisão de alocação dos recursos.
Em função do cargo de prefeito de Aparecida e razão de sua experiência política-administrativa, Maguito Vilela foi vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitos e teve atuação destacada na coordenação do g100 – grupo que reúne as 100 maiores cidades do país e com alta vulnerabilidade social. A força política de Maguito, ajudou estas cidades a serem priorizadas nos programas do governo federal e, consequentemente, Aparecida também recebeu inúmeros benefícios importantes, como a Universidade Federal de Goiás e o Instituto Federal de Goiás.
Maguito concluiu o segundo mandato com alta aprovação popular. Mesmo quando a maioria dos prefeitos sofriam desgaste em função da crise política que o país viveu nos últimos anos, Maguito obteve 70% de aprovação, segundo pesquisa Paraná/Record em 2016.
Advogado por formação, atualmente é sócio do escritório jurídico Vilela e Associados e mantem sua atividade rural de produtor de leite. É pai de quatro filhos, entre eles, o presidente do MDB de Goiás e ex-deputado federal, Daniel Vilela, avô de quatro netos e esposo da empresária Flávia Teles.
A luta contra a covid
Dia 19/10- O ex-governador Maguito Vilela, candidato a prefeito de Goiânia pelo MDB, suspendeu a agenda por suspeita de coronavírus. Segundo a assessoria, ele teve sintomas de um resfriado a partir de sábado, com perda de voz e coriza.
Dia 20/10 – Maguito divulga em suas redes sociais que testou positivo para a Covid-19
Dia 22/10 – Maguito Vilela foi internado no Hospital Órion para dar continuidade ao tratamento contra a Covid-19.
Dia 27/10- Com 50% dos pulmões comprometidos, Maguito é transferido para o Hospital Albert Einstein em São Paulo
Dia 28/10 – Quadro clinico de Maguito Vilela melhora e infecção dos pulmões começa a ser controlado
Dia 30/10 – A população goiana recebe com preocupação a notícia de que Maguito Vilela é entubado após apresentar dificuldade para respirar
Dia 1º/11- Maguito tem carga viral da Covid-19 e inflamação pulmonar reduzidas
Dia 05/11- Maguito volta a ter respiração espontânea
Dia 11/11- Médico de Maguito Vilela diz que evolução do quadro de saúde do candidato estava ‘dentro do esperado’
Dia 15/11- Maguito Vilela volta a ser entubado
Dia 17/11 – A equipe médica que atua no caso de Maguito Vilela (MDB) decidiu submeter o paciente a diálise, procedimento utilizado para filtrar o sangue.
A medida foi necessária diante da quantidade de antibióticos que Maguito recebeu desde domingo (15), quando a piora no quadro pulmonar levou a nova entubação.