Após semanas de tensões entre o Palácio do Planalto e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), uma reunião selou um acordo que pode melhorar o clima político e facilitar o avanço das pautas do governo no Congresso. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Lira estabeleceram um canal direto de comunicação, por meio de ajudantes de ordens, e concederam maior espaço de intermediação ao ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa.
Lula indicou que não pretende alterar o comando da Secretaria de Relações Institucionais, mantendo o ministro Alexandre Padilha em seu cargo, mas se mostrou disposto a estar mais presente na articulação política com o Congresso. Em seus dois mandatos anteriores, Lula mantinha contato direto com líderes e comandantes do Senado e da Câmara. No entanto, no atual terceiro mandato, o ex-presidente não possui um celular pessoal, preferindo se comunicar por meio de ajudantes de ordens ou pelo telefone da primeira-dama, Janja.
O governo busca a ajuda do presidente da Câmara para a votação de projetos importantes e medidas provisórias, especialmente aquelas relacionadas a questões econômicas que podem ter impacto decisivo nas contas governamentais, como a tentativa de alcançar um déficit zero e aumentar a arrecadação.