O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, reconheceu a responsabilidade de Portugal em crimes da era colonial, como tráfico de pessoas na África, massacres a indígenas e escravidão no Brasil. A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, destaca a importância de medidas reparatórias concretas que impactem a população negra e indígena, além da necessidade de políticas contra o racismo e xenofobia enfrentados por brasileiros em Portugal.
A declaração inédita de Rebelo de Sousa trouxe à tona a discussão sobre reparação histórica, com Guajajara e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, ressaltando que o reconhecimento dos crimes por Portugal é uma demanda antiga dos movimentos indígenas e negros do Brasil. A abertura ao diálogo por parte do governo brasileiro visa a colaboração na elaboração e execução de ações de valorização e reparação propostas por Portugal.
Portugal, que foi o maior traficante de africanos na era colonial, enfrenta repercussões internas e externas após o reconhecimento da culpa pelos danos causados. A discussão sobre reparação é vista como premissa para a cidadania, e a sociedade portuguesa se vê dividida, com críticas de partidos de extrema-direita e apoio de setores que veem a reparação como um passo necessário para enfrentar o legado colonial.